A indústria de cerâmica vermelha do Rio Grande do Norte conquistou um plano de desenvolvimento com o objetivo de avançar em sustentabilidade, na transição para fontes de energia renovável e eficientes, além de melhorias no aproveitamento de resíduos, na capacitação de colaboradores e na inovação. Esses são alguns dos destaques do plano apresentado, nesta sexta-feira (28/03), na Casa da Indústria, pelo Sindicato da Indústria Cerâmica para Construção do Estado do Rio Grande do Norte (SINDICER-RN).
O programa define os impactos esperados em um período de até 20 anos. Entre os impactos de curto prazo, estão o aumento da eficiência, com capacitação gerencial de empresários e colaboradores; a redução de desperdício, com a implementação de sistemas de gestão de custos mais precisos; e melhorias de articulação, com estruturação de governança setorial participativa.
Com o prosseguimento das ações, as empresas deverão evoluir na implementação de tecnologias. E, após o período de implantação mais longo, a perspectiva é que se tenha um setor reconhecido como referência em termos de sustentabilidade e competitividade.
“Esse plano olha duas décadas à frente para fazer valer o potencial de um segmento, que tem capacidade de superação”, afirmou o presidente da FIERN, Roberto Serquiz, durante a apresentação do projeto pelo SINDICER-RN. Ele destacou a parceria entre o Sindicato, universidades, e instituições de pesquisa para buscar soluções aos desafios. “Essa agregação de forças leva à evolução e a Federação das Indústrias está à disposição para apoiar esse programa”, acrescentou.
O presidente do SINDICER-RN, Carlos Vinícius Aragão Costa, destacou que o programa busca, nas metas de longo prazo, preparar o setor para as futuras gerações. “Isso será feito com a modernização tecnológica, com energia limpa, com a transição energética, qualificação profissional e fortalecimento da governança, na articulação entre as instituições parceiras, as associações de ceramistas e o Sindicato”, ressaltou.
Ele explicou que o Plano de Desenvolvimento é resultado do Projeto de Longo Prazo – APL Indústria Cerâmica, que foi executado ao longo de dois anos, com um amplo levantamento do setor.
Carlos Vinícius salientou também que, com o Plano, o setor cerâmico vai avançar em produtividade “ao superar com eficiência os desafios ambientais, econômicos e sociais da atividade”. “Haverá uma união de forças com universidades, institutos de pesquisa, órgãos públicos e associações setoriais. E as associações têm um papel muito relevante nesse trabalho que a gente desenvolveu e que vai desenvolver”, acrescentou.
Carlos Vinícius citou que as cerâmicas representam atualmente 48% dos empregos do setor mineral do Rio Grande do Norte. Para ele, com o projeto há uma possibilidade de crescimento do segmento.
Durante o evento também foi divulgada uma carta aberta pelo presidente do Sindicato. “Esta carta constitui um convite genuíno à cooperação e um registro formal da disposição do SINDICER-RN em trabalhar com todas as entidades e instituições que compartilham deste objetivo comum. Esperamos que, juntos, possamos garantir o crescimento sustentável e a competitividade do setor cerâmico potiguar”, apontou o documento.
Estiveram presentes no lançamento do programa os deputados estaduais Hermano Morais e Coronel Azevedo, o superintendente do Banco do Nordeste, Jeová de Sá; os prefeitos de Assu, Luiz Eduardo Soares, de São Gonçalo, Jaime Calado, de Carnaúba dos Dantas, Kleiton Dantas, de Itajá, João Eudes Filho; o diretor executivo do Sebrae, João Hélio; o diretor regional do SENAI, Rodrigo Mello; a diretora regional do SESI, Danielle Mafra; e Juan Felipe Saavedra de Medeiros; presidentes de associações de ceramistas, diretores e ex-presidentes do SINDICER-RN.