“Existem muitas oportunidades para as empresas participarem, de forma firme, do mercado da energia eólica offshore”, disse, nesta quarta-feira (23), o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, no painel “Economia azul — Novos horizontes para negócios sustentáveis através do offshore”, do Brazil Windpower.
O evento é o maior do hemisfério sul dedicado à energia eólica e o maior da América Latina com foco em energia elétrica. A programação, realizada em São Paulo desde terça-feira (22), será encerrada nesta quinta (24).
“Infraestrutura e Ambiente de Negócios em Favor da Economia Verde” foi a temática que norteou as discussões no segundo dia do evento. “A gente precisa acreditar que, assim como aconteceu no “onshore wind” (na eólica em terra), nós seremos capazes de gerar conteúdo local e desenvolvimento econômico no offshore”, frisou Mello no painel que tratou dos novos horizontes que se abrem com a instalação de parques eólicos no mar.
“A solução para a transição energética no Brasil não é única”, acrescentou ele, “mas essa, sem dúvida, contribui com os caminhos. O Brasil de produção de biomassa, da eólica e da energia solar mais competitivas do mundo precisa gerar oportunidades aproveitando esse recurso”, complementou o executivo.
O painel contou com a participação de Sérgio Coelho, da Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Senemar), do Rio de Janeiro; Marinez Eymael Garcia Scherer, coordenadora-geral do Gerenciamento Costeiro do Ministério do Meio Ambiente; Sylvain Jouhanneau, diretor de Negócios Emergentes da EDF Renewables; e Jansen Martins Lopes, da Petrobras. A moderadora foi Rosana Santos, diretora executiva do Instituto E+ Transição Energética.
A importância do olhar sobre condições ambientais, econômicas, sociais e tecnológicas, assim como da integração do hidrogênio verde a essa nova cadeia – para abastecimento do mercado interno e atendimento à demanda de outros países – também foi destacada durante a discussão.
“Mas para sair do power point para o mar a gente precisa da aprovação do marco regulatório”, observou Sérgio Coelho, da Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Senemar).
No painel “Medições Anemométricas Onshore e Offshore: Regras Novas e Próximos Passos”, também nesta quarta-feira, o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, chamou a atenção para a necessidade de “balanceamento entre tempo de medições, incerteza e custo” para o desenvolvimento do setor.
Ele ressaltou, ainda, que “existem poucos dados medidos disponíveis, mesmo na experiência internacional” e que é preciso avançar nesse contexto. “É preciso monitorar e esse é um caminho sem volta”, disse o pesquisador. “Quando a gente conhece os territórios, as variáveis…isso ajuda no desenvolvimento de modelos”.
Marcos dos Santos Miranda, da INOVA, Lucas Costa, da DNV, Rafael Pinho Furtado, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Peter Tattersfield, da Fugro, e Fabiano Lima, da Camargo Schubert também participaram do painel, com moderação de Flávio Rosa, diretor geral Brasil da Barlovento.
Nesta quinta-feira, o offshore volta à pauta de discussões em um painel sobre “Estudos de caso” que também contará com o SENAI. Além de Rodrigo Mello, participam Adriano Gouveia, gerente de Desenvolvimento de Eólica Offshore na Neoenergia, Dimitri Laloux, diretor da Origination & Partnership, Alaor Neto, da Energy | NVIDIA Brazil e, como moderadora, Roberta Cox, diretora de Políticas Brasil do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC).
Cenários
Neste ano, a temática geral do Brazil Windpower é “Cenários para política de industrialização verde — O papel da indústria eólica”.
O primeiro dia teve como foco discussões sobre “Política industrial, Gestão pública e Transição energética justa”.
Dentro desse contexto, a diretora do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (SENAI CTGAS-ER), Amora Vieira, participou do painel “Capacitação e Desenvolvimento de Mão de Obra para o Setor Eólico Brasileiro”.
Projetos de educação desenvolvidos pelo Centro também estão em exibição no espaço ESG Showcases do evento.
A 1ª Escola de Auxiliar Técnico de Manutenção Eólica do Brasil exclusiva para povos indígenas, desenvolvida em parceria com a CPFL Renováveis, e a formação de profissionais de eletromecânica realizada desde o dia 7 de outubro com a Vestas, no município de Lagoa Nova, distante 198 Km da capital, Natal, participam da exposição, que reúne fotos e vídeos dos projetos.
Sustentabilidade
Para além desse espaço e da participação na programação de paineis, o SENAI está presente nesta edição da feira com um estande concebido com móveis recicláveis e reutilizáveis.
A composição rendeu à instituição, nesta terça, o reconhecimento de “estande nível prata”, do programa “Better Stands”, da Informa Markets – uma das promotoras do evento.
O selo considera o grau de sustentabilidade do projeto, em uma escala de classificação que pode variar entre os níveis bronze, prata e ouro, de acordo com uma série de critérios estabelecidos para a avaliação.
Projeto, montagem e desmontagem são analisados. O objetivo é estimular a redução de resíduos gerados no evento e o consequente impacto ambiental.
Esta é a segunda edição do SENAI como expositor e a primeira em que participa da iniciativa.
O Brazil Windpower é uma realização da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias), com o GWEC (Global Wind Energy Council) e o Grupo CanalEnergia / Informa Markets.