O SENAI do Rio Grande do Norte alcançou resultado acima da média nacional e escalou seis posições, em avaliação de desempenho de estudantes de cursos técnicos do SENAI de todo o Brasil.
As conclusões fazem parte do Sistema de Avaliação da Educação Profissional (SAEP) da rede, que mede a qualidade do aprendizado dos/as alunos/as através da aplicação de provas teóricas e práticas ao final de cada curso.
Nesta edição, o Idap – indicador de desempenho calculado a partir do conjunto das avaliações – mostra que a nota do Rio Grande do Norte chegou a 7,9 em 2024, ante 7,4 do ano passado.
O patamar, acima da meta estabelecida para o período (7,6) e da média nacional, de 7,8, catapultou a instituição da 17ª para a 11ª posição entre as 27 unidades da federação com Centros de Educação do SENAI.
O indicador varia de 0 a 10. Quanto maior, melhor a qualidade dos cursos oferecidos.
Práticas
Ao todo, 566 estudantes do SENAI do Rio Grande do Norte responderam a provas objetivas e a questionários contextuais no processo de avaliação teórica. As provas práticas contaram com 342 participantes.
“Entre os 11 cursos que tivemos avaliados, sete obtiveram nota máxima nas provas práticas, que são o nosso grande diferencial. A média do estado, nesse quesito, foi 9”, disse o diretor regional do SENAI-RN, Rodrigo Mello.
“Nós enxergamos esses números como muito positivos e como oportunidade para analisarmos o trabalho que estamos desenvolvendo, onde e como é preciso melhorar”, acrescentou ele. “Esta avaliação inicial nos coloca numa situação confortável, porém de muita responsabilidade com os alunos, e perante a indústria”.
Agora, segundo o executivo, a instituição se debruçará sobre os resultados alcançados para definir estratégias que possibilitem corrigir possíveis rumos, onde houver necessidade, e repetir experiências bem sucedidas em todas as formações.
Uma dessas experiências vem da área de refrigeração e climatização, que lidera a lista de cursos com melhores índices na avaliação do estado.
“Independente do desempenho obtido, todos os nossos cursos passarão por outras avaliações, internas. O nosso desafio é continuar evoluindo para contribuir com os índices nacionais, e, sobretudo, com o nível de qualificação profissional que o mercado precisa”, frisa Rodrigo Mello.
“Na prática, não é porque está bom que a gente para. Os investimentos em melhorias são contínuos e a refrigeração é exemplo disso. Nós acabamos de inaugurar um novo centro de treinamento nessa área para aulas práticas e aplicação de metodologias com um parceiro tecnológico”, acrescenta, fazendo menção à parceria firmada com a Midea Carrier, resultado da união da chinesa Midea – maior fabricante de eletrodomésticos e uma das maiores produtoras de splits e microondas do mundo – com a Carrier, líder mundial em soluções para climatização, fundada pelo inventor do ar condicionado, Willis Carrier, nos Estados Unidos.
No caso das provas teóricas do SAEP , em que a média geral da avaliação dos estudantes no estado foi de 6,7 – considerando todos os cursos – o diretor vê um reflexo claro de gargalos ainda registrados na rede pública de educação, origem da maioria dos participantes.
“O desempenho que alcançamos na avaliação é considerado razoável, mas mostra a repercussão de dificuldades no ensino básico que o estado enfrenta. Dados recentemente divulgados apontam que o Rio Grande do Norte tem um dos três piores ensinos básicos do Brasil e a teoria depende muito do perfil de entrada, da capacidade, da condição, ou do nível de escolaridade que o aluno tem no momento de entrada no curso”, observa o diretor.
Egressos registram empregabilidade de 90%
Outros dados divulgados esta semana, na pesquisa de egressos do SENAI Nacional, mostram que formações de nível técnico garantiram, entre os anos de 2022 e 2024, empregabilidade de 90% no Rio Grande do Norte.
Além da taxa de ocupação alcançada no período, o levantamento revela que aproximadamente 50% desse público está atuando na atividade de formação e que quase 70% estão no mercado formal.
Os resultados apontam que 100% dos entrevistados indicam o SENAI e que 91,3% foram “fidelizados”, ou seja, voltaram para as salas de aula da instituição após concluírem o primeiro curso.
“Os números mostram que estamos no caminho certo”, disse o diretor do SENAI-RN, do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI-RN, Rodrigo Mello.
A pesquisa, explicou ele, teve participação de mais de 40 mil pessoas em todo o Brasil e é realizada em três fases. “A primeira, no último ano da formação do aluno, quando ele ainda está em sala de aula. A segunda é feita seis meses após ele sair do curso e a terceira dentro das empresas em que estão trabalhando”, acrescentou o diretor.
Os dados foram apresentados segunda-feira (02), na 10ª reunião do Conselho Regional do SENAI-RN, na Casa da Indústria. O Conselho é formado por representantes da indústria, dos trabalhadores da indústria, do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e Previdência.
Texto: Renata Moura
Foto: Ágil Fotografia