“Eu não sabia o que esperar, mas o que vi foi melhor. O mais legal são os carros com hidrogênio”.
Foi assim, em meio a tecnologias que, pela primeira vez, teve a chance de experimentar, que o estudante Daniel Vito, de 14 anos, descreveu a visita que fez nesta sexta-feira (09) ao Hub de Inovação e Tecnologia do SENAI-RN, em Natal.
O complexo reúne os principais centros de formação profissional, pesquisa e inovação do SENAI no Brasil com foco em energias renováveis.
Em uma ação promovida com a Focus Intervenção Comportamental, instituição que atende pessoas com transtornos do neurodesenvolvimento na capital, jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA) conheceram instrutores e pesquisadores/as do SENAI em um tour por laboratórios dos Centros.
“A ideia é estimular a interação social, a comunicação e apresentar possibilidades de formações e áreas possíveis para o empreendedorismo. No trabalho que desenvolvemos, a busca é por prepará-los para a comunidade”, disse a diretora da equipe transdisciplinar da Focus, Maysa Toscano.
O roteiro da visita, conduzido pela agente de Mercado do SENAI-RN, Ana Paulo Fulco, incluiu laboratórios de Eletromobilidade e Robótica, além do Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde, do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI.
O grupo conheceu, entre outras tecnologias, o primeiro buggy elétrico desenvolvido no Brasil para regiões com dunas, os modelos “Fcat- Fuel Cell Automotive Trainer” – automóveis de treinamento movidos a células de combustível, que tem o hidrogênio como fonte de energia – e um “Braço Robótico”, que pode ser programado de várias formas para uso na indústria. “A robótica é o mais legal da visita”, disse João Victor Cabral Rufino, de 19 anos.
Revista
Os visitantes também receberam a História em Quadrinhos (HQ) “Superliga contra nuvens de gás”, concebida pelo Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), para abordar questões relacionadas à transição energética no Brasil.
O conteúdo transforma pesquisadores e pesquisadoras reais do Instituto em heróis e heroínas para enfrentar o descontrole do Dióxido de Carbono (CO2) – o mais abundante gás do efeito estufa – e as ameaças que as emissões descontroladas dele trazem ao planeta.
As pesquisadoras Fabíola Correia e Samira Azevedo, que são retratadas na história com os poderes do Hidrogênio e do Sol, entregaram os exemplares ao grupo e explicaram que o cuidado com o meio ambiente é responsabilidade de todos.
A Revista foi recomendada pelo Ministério da Educação (MEC) e a agência pública de cooperação alemã GIZ como parte dos materiais selecionados para auxiliar escolas do Brasil a abordarem o assunto em sala de aula – com estímulo à equidade de gênero e ao aumento da participação de meninas e mulheres no setor de energias renováveis.
Inclusão
Segundo a diretora do CTGAS-ER, Amora Vieira, a visita desta sexta está alinhada a ações do SENAI-RN para aproximar a educação profissional e tecnologias da comunidade, e para tornar os ambientes da instituição cada vez mais inclusivos.
“A educação profissional e todas as suas possibilidades. Foi isso o que vivenciamos hoje com a visita de jovens com autismo no nosso Centro. O interesse, a curiosidade, o experimentar nossos ambientes educacionais, a interação com a nossa equipe, foi tudo muito enriquecedor”, disse ela.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 em cada 100 crianças têm autismo, no mundo. O transtorno engloba um grupo variado de condições que afetam o desenvolvimento do cérebro e é mais comum entre pessoas do sexo masculino.
Enquanto algumas pessoas conseguem viver de forma independente, outras têm dificuldades mais graves e precisam de cuidados e apoio ao longo da vida.
Intervenções psicossociais baseadas em evidências, de acordo com a OMS, podem ajudar a melhorar a comunicação e as habilidades sociais, trazendo benefícios para o bem-estar e a qualidade de vida tanto das pessoas autistas quanto dos seus cuidadores.
SOBRE O SENAI
O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria nessa região do mundo. No Rio Grande do Norte, engloba cinco Centros de Educação e Tecnologias: CET (Voltado ao setor da construção civil); CETCM (Voltado às indústrias de alimentos, vestuário e moda); CETIB (cursos diversos para a indústria, em Mossoró); CETAB (vestuário, construção e outros), e CTGAS-ER, principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro de excelência para formação profissional em hidrogênio verde, em parceria com a Alemanha.
A atuação se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) – principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P&D) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade – do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG) e da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais.
Primeiro do Brasil a se tornar signatário do Pacto Global de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU), o SENAI do Rio Grande do Norte tem a atuação alinhada a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que buscam, de forma geral, acabar com a pobreza, reduzir desigualdades, fomentar a educação de qualidade e combater as mudanças climáticas no mundo.
Em 2024, a instituição recebeu o “Selo ODS Educação”- um reconhecimento nacional público pela formação das primeiras mulheres especialistas do Rio Grande do Norte em operação e manutenção de parques eólicos. O projeto liderado pelo CTGAS-ER também foi reconhecido nacionalmente pelo SENAI como Boa Prática de Gestão Escolar.
Em março de 2023, outro reconhecimento foi registrado: a História em Quadrinhos (HQ) “Superliga contra nuvens de gás”, concebida pelo Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN e do ISI-ER, foi recomendada pelo Ministério da Educação (MEC) e a agência pública de cooperação alemã GIZ como parte dos materiais selecionados para auxiliar escolas do Brasil a abordarem transição energética e descarbonização, em sala de aula – com estímulo à equidade de gênero e ao aumento da participação de meninas e mulheres no setor de energias renováveis.
A instituição também desenvolveu projetos em parceria com empresas do setor de energia para aumentar a participação de meninas em cursos técnicos e estimular a inserção de conteúdos sobre energia eólica em escolas da rede pública.
Texto e fotos: Renata Moura