O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, e o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) foram homenageados nesta terça-feira (17) pelo Lide RN – grupo que reúne empresas e lideranças de diferentes setores no estado.
Serquiz foi reconhecido como “líder institucional” do ano, entre empresas e personalidades que se destacaram, segundo análise do grupo, pelo compromisso e a contribuição para o setor energético do Rio Grande do Norte e do país.
O ISI-ER, principal centro de pesquisa aplicada e inovação do SENAI no Brasil em energias renováveis e sustentabilidade, foi homenageado como “referência tecnológica”. As duas instituições foram representadas pelo diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI, Rodrigo Mello.
As homenagens foram anunciadas como parte da programação do Fórum Regional de Energia, promovido pelo Lide, com o tema “Cenário de Oportunidades em Energias Renováveis, Petróleo e Gás”.
O evento, realizado na Assembleia Legislativa, contou com abertura do presidente do Lide RN, Jean Valério, e palestra do head do Lide Energia, ex-presidente da Petrobras e ex-senador, Jean Paul Prates.
Empresas e instituições de diferentes segmentos ligados à energia eólica, à energia solar e ao setor de óleo e gás também receberam reconhecimento.
Contribuições
O diretor do SENAI-RN e do ISI-ER destacou contribuições da instituição, em 2024, para além da área de educação.
“Além de seguir como maior unidade de formação de pessoas para o setor de energia renovável do Brasil e com o desenvolvimento de soluções educacionais para essa indústria, o SENAI deu muita força ao setor de combustíveis avançados, inaugurou, com o governo alemão, o primeiro centro de excelência do Brasil para formação de profissionais na área de hidrogênio, lançou o projeto da primeira planta-piloto para estudos sobre o offshore brasileiro e concluiu a entrega do relatório de impacto ambiental do projeto para fins de licenciamento do Ibama”, disse.
Mello frisou também que “o SENAI tem buscado estar sempre junto da indústria de energia, desde o nascedouro, em 2004, 2005, quando começaram as primeiras tratativas sobre energia renovável no Brasil”.
“Hoje, receber esse reconhecimento das principais empresas que se relacionam com o setor é muito gratificante e visto como o resultado de uma soma de esforços”, acrescentou.
A participação da instituição nas principais discussões do Brasil sobre o ambiente legal para a criação da indústria de energia eólica offshore, o avanço do maior mapeamento em curso no país nessa nova fronteira energética – com a conclusão da implantação de equipamentos que estão realizando medições em campo e fornecerão dados inéditos sobre o potencial de geração de energia na Margem Equatorial Brasileira – além da implantação da pedra fundamental do Instituto da Margem Equatorial, no Amapá, se somaram à lista das principais ações do ISI elencadas por ele para este ano. “Foi um conjunto de atividades que, certamente, irá impactar muito positivamente todo o país”, disse o diretor.
Ele ressaltou, ainda, que o Sistema Indústria – liderado pela FIERN, a qual o SENAI-RN é vinculado – “tem realizado um trabalho incansável de mobilizar as empresas industriais em prol dos melhores resultados para o setor de energia”.
“O presidente Serquiz está fazendo um trabalho de aproximação com as empresas de óleo e gás, que representam mais de 40% do PIB industrial do Estado, e de aproximação com as empresas de energias renováveis, que têm registrado um impacto enorme nos últimos 15 anos, no Rio Grande do Norte, em termos de geração de negócio, geração de empregos, de mudança do perfil dos municípios onde se instalam, melhorando a qualidade de vida das pessoas e o PIB”.
Para 2025, o executivo projetou um ano de muitas discussões e de importantes regulamentações para o desenvolvimento da atividade.
“O Congresso concluiu o tratamento da legislação dos combustíveis do futuro, onde estão inseridos os combustíveis avançados, e agora, concluiu também o trabalho do ambiente de geração de energia no offshore”, disse, fazendo menção ao marco regulatório da energia eólica offshore, aprovado na semana passada pelo Plenário do Senado e, atualmente, à espera de sanção presidencial.
Proposto pelo então senador Jean Paul Prates, o projeto autoriza a exploração de energia elétrica em futuros complexos no mar. O texto, originalmente, regulava apenas a exploração de energia offshore. Mas o substitutivo aprovado pelos deputados — e confirmado pelos senadores — acatou uma sugestão da Câmara dos Deputados que incluiu incentivos para a produção de energia gerada a partir do gás natural e do carvão mineral.
Prates disse na palestra que “o Brasil vive uma guerra entre fontes de energia e que isso é muito ruim para o país”. Ele também estimou impactos negativos para a conta de energia nos próximos anos com subsídios previstos no substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 576/2021 para fontes consideradas menos competitivas.
Texto e fotos: Renata Moura