
O professor José Pastore disse, durante o “Modernização Trabalhista: O que mudou? Por que mudou?”, que a reforma é necessária, porque há uma mudanças no “mundo do trabalho”, o que torna inadiável a atualização da legislação. Ele citou, entre essas mudanças, o surgimento de novas atividades e a evolução das profissões, que passam a atender novas exigências.
Com essas mudanças, disse o professor, as empresas e os profissionais só podem se atualizar com uma formação de qualidade e continuada, além da flexibilização das contrações. Ele afirmou também que é preciso corrigir injustiças, como o fato de que entre os trabalhadores mais pobres, 60% estão na informalidade.
Pastore apontou que a legislação trabalhista estava, antes da reforma, obsoleta, porque as regras são rígidas, há uma negação das liberdade, com os trabalhadores considerados “hipossuficientes”.
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Além disso, observou, as leis “convidam ao litígio (demanda judicial), o que implica em 4 milhões de ações na Justiça do Trabalho, e “têm um “descaso com a produtividade”.
Nestas circunstâncias, disse Pastore, a reforma trabalhista foi feita como os seguintes princípios: liberdade com proteção, busca de inclusão de trabalhadores hoje excluídos, a auto-resolução de impasses, racionalização dos processos judiciais e o equilíbrio entre direitos e deferes.
Ele apontou que, por isso, houve a definição de 15 direitos negociáveis, que envolvem a jornada de trabalho, o banco de horas, o teletrabalho, os feriados, e os incentivos por resultado e produtividade.
Ao entrar em vigor, as novas regras permitirão a negociação também do horário de alimentação e descanso e a jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso.
Outro ponto importante, disse o professor, é a regulamentação a terceirização, que incluem atividades meio e fim, mas com proteção dos empregados das empresas contratadas, além de uma medida que evita a chamada “pejotização fraudulenta”, ao definir um período mínimo de 18 meses entre o afastamento do funcionário e a contratação como pessoa jurídica.
Para o professor, essas e as demais inovações da legislação vão ter como resultado a segurança jurídica, a moralização do uso da Justiça do trabalho, a redução de gastos com conflitos, a melhoria da produtividade, os estímulo aos investimento, o crescimento econômico, com mais empregos.
Diante do empenho do deputado Rogério Marinho para a elaboração e aprovação da reforma, Pastore sugeriu que a lei que muda a CLT (Consolidação das Leis Trabalhista) fique denominada com o nome “Lei Rogério Marinho”.

O deputado que foi o relator da reforma na Câmara disse que a experiência internacional mostra que medidas como as que foram adotadas na alteração da CLT têm como efeito a retomada do crescimento, com geração de empregos.
Ele citou o exemplo da Espanha, onde após a assimilação das mudanças na estrutura das relações trabalhista feitas em 2012, o crescimento tem ficado acima de 3% pelo terceiro ano seguido. “Além disso, na Espanha, estão sendo criados cerca de 500 mil empregos do ano”, disse.
No Brasil, um estudo do Itaú, informa que a reforma pode elevar a posição do Brasil no quesito “eficiência no mercado de trabalho, indo da atual posição (117º) para a 86º, em uma lista que inclui 138 países.
“O mesmo estudo aponta que a reforma trabalhista pode aumentar o PIB per capita brasileiro em 3,2% nos próximo quatro anos e diminuir a taxa de desemprego estrutural. Tudo isso demonstra que as objeções não tem fundamento em dados científicos”, avaliou.