O SENAI do meu Brasil

30/10/2017   09h39

 

Amaro Sales de Araújo, industrial, Presidente do Sistema FIERN e do COMPEM/CNI

 

Estive, integrando a comitiva da Confederação Nacional da Indústria, no evento WorldSkills 2017 em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, de 15 a 18 de outubro. A competição é a maior do mundo no que se refere à educação profissional. Mais de 1.290 jovens oriundos de 78 países das Américas, Europa, Ásia e África, concorrendo em 52 ocupações técnicas. Um momento único, internacional, de robusta qualidade, realizado a cada dois anos em modalidades que correspondem às profissões técnicas da indústria e, algumas, de outros segmentos.

 

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em nome do Brasil, participa desde 1983 e busca, além das medalhas, observar as melhores competências e práticas em educação profissional que estão disponíveis no planeta. No WorldSkills Abu Dhabi 2017 ganhamos 15 medalhas, sendo sete de ouro, cinco de prata e três de bronze, além de 26 certificados de excelência. Um bom resultado, mesmo não tendo repetido a mesma performance de 2015 quando, em São Paulo, conseguimos 27 medalhas.

 

De certo, o SENAI é respeitado mundialmente. Tanto é que uma delegação russa veio ao Brasil treinar justamente com o SENAI para participar da competição já mencionada. Um grupo de 34 competidores e instrutores, durante quatro semanas, esteve, em centros de treinamento do SENAI, dedicada a se preparar melhor para competir na WorldSkills 2017. Ademais, a delegação russa já vislumbra a competição que ocorrerá naquele País, na cidade de Kazan, no ano de 2019.

 

A vinda ao Brasil em busca do SENAI é bastante razoável. A instituição brasileira, uma das casas de excelência do Sistema “S”, é o maior complexo de educação profissional e serviços tecnológicos das Américas. Ao longo de sua história – iniciada em 1942 – formou mais de 71 milhões de pessoas, incluindo iniciação profissional, aprendizado industrial, graduação e até pós-graduação. São 555 unidades fixas e 442 unidades móveis servindo ao País, inclusive, dois barcos-escola dedicados à região amazônica.
Aliás, a estrutura do SENAI vai ainda além! Está sendo construída uma rede nacional com 25 Institutos de

 

Inovação e 57 Institutos de Tecnologia. Em síntese, pesquisas tecnológicas, novos produtos e soluções industriais, consultoria em processos produtivos, enfim, serviços diferentes para o mesmo foco: melhoria da indústria nacional. Ora, melhorando a indústria, consequentemente o reflexo é direto – e positivo – da economia com dividendos para todos os segmentos produtivos e, em última analise, para a sociedade em geral.

 

Enfim, reitero o que já comentei em outras oportunidades: eventos como a Worldskills ajudam a construir estratégias para atrair os jovens para a educação profissional; atualizam os conteúdos do aprendizado industrial; despertam cenários e competências para as novas profissões. E o SENAI, como casa de excelência, se prepara melhor para o futuro e, em especial, para continuar sendo uma instituição indispensável para o Brasil.

 

Publicado na Tribuna do Norte (29.10.2017)