Merito industrial

Em abril de 2014, na terceira reunião do ano da Diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), realizada na Casa da Indústria, o presidente Amaro Sales de Araújo propôs dar o nome do industrial Walter Byron Dore à Medalha do Mérito Industrial Potiguar. A proposta foi aprovada à unanimidade e a partir daquele ano a honraria passou a ter o nome de "Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore". A homenagem é outorgada anualmente aos que se destacaram como apoiadores e incentivadores do progresso da indústria do Rio Grande do Norte.

Walter Byron Dore:

Diretor emérito da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte, fundador e presidente do Sindicato da Indústria de Cerveja, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em Geral do RN, Walter Byron Dore (1925-2012) marcou a história da indústria potiguar.

É um pioneiro e visionário, verdadeiro "herói da resistência*, como o presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales, costuma nomear os empresários que, apesar de todas as adversidades, resistem e continuam gerando emprego e renda. Walter Dore sucedeu o pai Sidney Clement Dore (1869/1955) na fábrica de Águas Gasosas Anglo Brasileira, que depois se tornaria a Dore Refrigerante. Na época a Anglo Brasileira de Águas Gasosas era pequena, porém reconhecida pela qualidade de seus produtos, que eram produzidos nos mesmos moldes em que se era fabricado um refrigerante na Inglaterra.

Sidney Clement Dore veio ao Brasil para montar uma grande estrada de ferro pelo interior do Nordeste Brasileiro, fixou-se no país em 1911, mesmo ano que fundou a empresa de Águas Gasosas, que atendia apenas a capital paraibana, cidades circunvizinhas e interior do estado. No Brasil, o engenheiro casou-se com a paraibana Aide Lucena e constituiu família.

Em 1917, foi fundada a segunda fábrica de bebidas gasosas em Parnamirim. no Rio Grande do Norte. Depois de longa desativação dessa unidade, em 1952, os três filhos de Sidney Clement Dore, James Wallace Dore, William Clement Dore e Walter Byron Dore (todos já falecidos), tomaram a frente do negócio familiar conjugando esforços em favor da manutenção da empresa.

A Dore é a indústria de refrigerantes mais antiga do Nordeste e atualmente está instalada no polo industrial de Parnamirim. A empresa, inaugurada em 1917, está há mais de 100 anos em funcionamento ininterrupto, com unidades fabris no RN e PB.

presidente

MENSAGEM
DO PRESIDENTE

É com alegria e reconhecimento que, mais uma vez, notabilizamos com total ênfase a história da indústria potiguar a partir da trajetória de empreendedores e líderes empresariais que contribuem com o desenvolvimento do segmento industrial em nosso estado. São muitas as lutas e conquistas em defesa dos interesses da indústria, e muitos os que dela tomam parte como personagens, desde os pioneiros até a atualidade, e que somam o seu legado ao do setor e sobretudo, ao desta instituição: a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte.

E para expressar nosso agradecimento e congratulação aos “heróis da resistência”, como insisto em me dirigir a cada empresário da indústria do RN, outorgamos a Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore.

Esta é a mais alta comenda concedida, anualmente pelo Sistema FIERN, aos que se destacaram como apoiadores e incentivadores do progresso da indústria do Rio Grande do Norte. Uma homenagem dedicada a personalidades que se evidenciaram, tanto pelo empreendedorismo, quanto pela atuação na defesa de interesses do desenvolvimento do setor. E que nos remete a Walter Dore, que construiu uma história de liderança do segmento industrial e de sua empresa, a indústria Dore.

Desta forma, agraciar com tal honraria a quem tanto colaborou para o fortalecimento do empreendedorismo é, para nós que fazemos o Sistema FIERN, motivo de orgulho em forma de valorização e de estímulo para que continuem o trabalho realizado, bem como a inspirar novos empreendedores.

Ao mesmo tempo em que a FIERN celebra, também está atenta e se mantém ativa em oferecer à indústria o apoio em pesquisa, inovação e serviços para que também as futuras gerações possam empreender e fomentar, de forma estratégica e planejada, o desenvolvimento socioeconômico no nosso estado.

Amaro Sales de Araújo Presidente do Sistema FIERN e do COMPEM/CNI

HOMENAGEADOS
2021

ÁLVARO
COUTINHO
DA MOTTA

(IN MEMORIAM)

Alvaro coutinho

Álvaro Coutinho da Motta nasceu em Campina Grande (PB) no dia 22 de setembro de 1934, filho de João Francisco da Motta e de Severina Coutinho da Motta, ao lado de 12 irmãos do casal.

Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco em 1959. Passou a atuar como diretor financeiro da empresa familiar J. Motta Indústria e Comércio S.A., indústria do setor de curtumes, fundada por seu pai no ano de 1935, exportadora do RN desde 1969, fornecedora de peles e couros para o mercado nacional, assim como para países da Europa, Ásia e para os Estados Unidos.

Desenvolveu atividades no poder legislativo pelo estado do Rio Grande do Norte, elegendo-se deputado estadual em outubro de 1962 e atuando como deputado federal de 1968 a 1971, tendo sido eleito suplente do senador Jessé Pinto Freire em 1970.

Exerceu cargos no poder executivo potiguar, atuando na administração pública como diretor da Companhia Norte-rio-grandense de Crédito, Financiamento e Investimentos no período de 1975 a 1977, como diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte de 1979 a 1980, diretor-presidente e presidente do Conselho de Administração do Banco do Estado do Rio Grande do Norte de 1980 a 1987. 

A partir dessa época, passou a dedicar-se exclusivamente à iniciativa privada, seguindo como dirigente das empresas J. Motta, Confecções Arpel, Piruá Construtora e Reflorestadora e Motta Hotéis. Com perfil empreendedor nato, Álvaro Motta engajou-se em associações de classe, sendo membro da OAB-RN, da Associação de Exportadores do RN, da Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (ABQTIC) e destacadamente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte.

Na FIERN presidiu por diversos mandatos os Sindicatos das Indústrias de Calçados e das Indústrias de Curtumes do RN, tendo ainda ocupado os seguintes cargos: suplente (1999 a 2003); conselheiro fiscal (de 2003 a 2007; de 2007 a 2011; e de 2011 a 2015) e vice-presidente (2015 a 2020).

Casou-se com Marisa Sousa da Motta em 1964, com quem teve os filhos Karla, Roberto e Geórgia, deixando ainda cinco netos e dois bisnetos, falecendo a 14 de outubro de 2020.

EDUARDO
FARIAS

Eduardo farias

Eduardo José de Farias, filho do ex-senador da república e empresário Antônio Arruda de Farias e Maria Geralda Heráclio do Rêgo de Farias nasceu no Recife (PE), no dia 19 de outubro de 1958.

Desde sua tenra idade, manifestou interesse pelos negócios do pai ao ponto de conciliar seus estudos com o trabalho aos 14 anos de idade, laborando na Usina Pedrosa. Aos 16 anos foi emancipado para assumir a direção das unidades de Pernambuco e do Rio Grande do Norte.

Aos 18 anos, assumiu a diretoria do Sindicato da Usinas de Pernambuco tornando-se presidente aos 33 anos por dois mandatos consecutivos.

Durante esse período foi vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE). Participou da fundação do Sindicato das Indústrias de Álcool dos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí (SONAL).

Aos 21 anos formou-se em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Pernambuco.

Com o falecimento do pai, em 1988, assumiu a presidência do Grupo Farias e ampliou os negócios do Grupo além das fronteiras de Pernambuco e do Rio Grande do Norte para Paraíba, Ceará, Goiás, São Paulo e Acre. No setor sucroenergético adquiriu mais 5 usinas nos estados de Goiás, São Paulo e Acre.

Enquanto empresário atuante no setor sucroalcooleiro recebeu vários prêmios de honra ao mérito dentre os quais destacam-se a Comenda da Ordem ao Mérito Anhanguera do Estado de Goiás; a Medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira pelos relevantes serviços prestados ao Estado de Goiás, em 2010; a Master Cana Brasil, como um dos empresários mais influentes do setor, em 2009; prêmio de Empresário do Ano em 2006; Master Cana, pelo Desempenho em Preservação Ambiental, em 2009; homenagem pelos 26 anos de importante participação, dedicação e apoio para o desenvolvimento do Jornal Cana, em 2008; Prêmio Visão Agro: Brasil Persona Notável e Os Mais Influentes do setor, em 2013.

ETELVINO
PATRÍCIO DE
MEDEIROS

Etelvino Patricio

Natalense, é graduado em Administração e possui pós-graduação em Gestão, Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental pela Faculdade do IEL. Atua há mais de 30 anos no mercado da reciclagem gerando renda, oportunizando aos seus colaboradores capacitação e crescimento profissional, e investindo em tecnologia para que suas empresas acompanhem as tendências de mercado.

Sua história com a reciclagem iniciou aos 7 anos de idade, onde acompanhava no quintal de sua casa, junto aos seus pais Manoel Patrício e Lourdes de Medeiros, a compra, classificação e venda dos materiais recicláveis.

Aos 16 anos, começou a trabalhar efetivamente com reciclagem e no ano de 1996 abriu sua primeira Razão Social, a Patrício Metais, que à época atuava na área de compra e venda de metais não ferrosos.

No ano de 2004 abriu sua 2ª empresa, a COMCEL que surge com missão de atender às necessidades de compra e venda de materiais elétricos de média e alta tensão existentes no estado.

No ano de 2009, Patrício abriu a Recicla, empresa 100% voltada para a reciclagem de materiais e transformou o contexto das demais empresas, que passaram a vender produtos advindos do seu processo de reciclagem.

Além da empresa Recicla, fazem parte do Grupo Patrício’s as empresas; P&P, COMEL (em Mossoró/RN) e a CONFEL (em Fortaleza/CE), ambas voltadas para o setor da reciclagem, que garantem ao grupo o título de maior empresa, voltada ao setor, a nível Nordeste. Etelvino Patrício foi eleito presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado do Rio Grande do Norte (Sindirecicla-RN), filiado à Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), para o mandato de 2020 a 2026.

FRANCISCO
FERREIRA
SOUTO FILHO

Francisco ferreira

Nascido na cidade de Areia Branca em 07 de agosto de 1926, Francisco Ferreira Souto Filho abandonou o curso de Direito para assumir os negócios da família, que consistiam em algumas fazendas, ações bancárias e algumas salinas na região Oeste, nas cidades de Areia Branca, Grossos e Mossoró, após o falecimento do pai com apenas 52 anos.

A história de vida do industrial confunde-se com a do setor salineiro do estado. Em 1953, Soutinho – como é mais conhecido - participou ativamente da fundação do Sindicato da Indústria de Sal, o SIESAL, no qual foi o primeiro presidente e foi sucessivamente, por unanimidade, reconduzido ao cargo por mais de seis décadas. Em 2020, ele afastou-se da função e foi nomeado presidente de honra. Ele também é um dos membros fundadores da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), na qual é um dos diretores. Ele integrou a Associação Brasileira de Extratores e Refinadores de Sal, a ABERSAL, por mais de 40 anos.

Sua trajetória já rendeu diversas homenagens. Em maio de 2010, foi agraciado com a Ordem do Mérito Industrial, pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, a mais alta comenda da indústria brasileira, concedida anualmente a líderes da indústria de todo o Brasil. Entre as diversas pautas que defendeu e lutou estão o Porto Ilha, o Polo Gás-Sal e a ameaça de exploração de sal gema no Espírito Santo.

Em 1976 casou-se com Edith Fernandes Souto, que em 2011 lançou a biografia “Trabalhar e viver o que puder”, em parceria com Jacques Cassiano Fernandes Vidal, que narra os principais momentos de sua trajetória.

Atualmente, além de manter os investimentos na área de sal, Francisco Souto Filho também possui fazendas dedicadas a instalação de parques eólicos no Rio Grande do Norte e no Ceará; e também para criação de gado, ovinos e caprinos.

GABRIEL
CALZAVARA
DE ARAÚJO

Gabriel Calzavara

Com formação acadêmica em Ciências Econômicas, na Universidade Federal da Paraíba, em 1986, Gabriel Calzavara se especializou em Planejamentos e Projetos do Setor Público, em cursos de pós-graduações na própria UFPB/1987 e na JAICA/JAPÃO/1996.

Como empresário, desde 1995, se dedica às atividades ligadas aos oceanos, através de empresas de Pesca Industrial Oceânica e empresas de Transporte Marítimo de Cabotagem. É presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca), para o período 2018 a 2022.

Entre os anos de 1995 e 1996, mobilizou cerca de 60 embarcações fábricas espanholas de pesca de atuns e swordfish para pescaria no Brasil, difundindo novas tecnologias, métodos de pesca, treinamento de pescadores brasileiros e introduzindo o país no mapa da pesca oceânica mundial.

Participou da gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, como Diretor Nacional de Pesca do MAPA, entre 1998 e 2002, dirigindo a gestão pública da pesca e aquicultura, trazendo de volta para esses segmentos o planejamento de curto, médio e longo prazo, introduzindo na política pública pesqueira a visão de negócio e de cadeias produtivas e reintegrando o setor pesqueiro na locomotiva do agronegócio brasileiro.

De volta às atividades industriais no Rio Grande do Norte, implementou ações estratégicas de modernização das pescarias de atuns e ampliação dos mercados de consumo, sendo pioneiro no Brasil, através de sua empresa Norpeixe, da rastreabilidade dos atuns e swordfishs, no uso intensivo do Anzol Circular, prática de pesca ecologicamente correta, no compartilhamento de informações das pescarias à comunidade científica, ação vital para as pesquisas e trabalhos sobre a dinâmica e sustentabilidade dos estoques pesqueiros, particularmente dos atuns e afins, espécies alvo das pescarias do Norpeixe.

Em 2011, lidera o Projeto Atum Brasil Superfrozer por meio da sua empresa Atlântico Tuna, trazendo para pescar 11 (onze) embarcações frigoríficas com tecnologia de pescar atuns em altas profundidades e congelar os peixes à bordo a baixíssimas temperaturas de – 60 graus, onde o peixe mesmo armazenado por até 2 anos, ao ser descongelado pode ser consumido cru pois suas condições organolépticas (textura, frescor e brilho) permanecem as mesmas do dia em que foi capturado.

Já em 2019, através de sua empresa, Norpeixe, integra, juntamente com mais quatro empresas (Transmar, NortePesca, Natal Pesca e Produmar) a empresa Aliança do Atlântico, numa iniciativa de ampliar as práticas de pesca sustentável e de integração com a comunidade científica e organizações do terceiro setor que buscam a sustentabilidade dos recursos pesqueiros.

Como empresário do setor de Transporte Marítimo desde 2010, atualmente lidera projeto de transporte marítimo que visa abrir rota marítima direta do Rio Grande do Norte para Cabo Verde na África visando integrar as empresas nordestinas, particularmente do RN, com as empresas africanas.

MEDALHA
ORDEM DO MÉRITO INDUSTRIAL

HOMENAGEM ESPECIAL

ANTÔNIO
LEITE

Antonio leite

O agraciado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com a Medalha da Ordem do Mérito Industrial, é o empresário fundador do grupo Sterbom, Antônio Leite Jales.

Natural do município de Messias Targino, Antônio Leite Jales fundou a Sterbom em 1991, no bairro do Alecrim, ao lado da esposa Zauleide de Queiroz Leite. Hoje instalada no Distrito Industrial de Parnamirim, a empresa atua na produção de sorvetes, picolés, gelo, polpa de frutas e insumos para a cadeia do sorvete. A indústria é referência em modernização de processos e redução de custos. Em 2019, implantou de forma inovadora placas fotovoltaicas para geração de energia. O empresário Antônio Leite já foi agraciado, em 2015, com a Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore, conferida pela FIERN.

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