O avanço do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), no plano de internacionalização, e a passagem do Instituto pelo Japão entre os meses de junho e julho foram destaques, nesta sexta-feira (26), na 6ª reunião do Conselho Regional do SENAI.
A apresentação foi realizada durante a programação em que foram detalhados os resultados alcançados pela instituição no primeiro semestre do ano.
O diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello, observou que a rede de Institutos SENAI de Inovação é a maior em pesquisa aplicada com fins industriais na América Latina e que a internacionalização das atividades é uma realidade nesse contexto.
“Não existe fronteira para o conhecimento”, disse ele. “Em dezembro, viajaram integrantes da nossa equipe para a Espanha, temos gente fazendo pós-doutorado, doutorado e mestrado em instituições na Itália, na Alemanha, no Canadá”, exemplificou o executivo.
“Tudo isso com recursos de projetos, discutidos com as empresas financiadoras. Além disso, participamos de editais que têm gerado novas oportunidades de integração com outros países, empresas e centros de pesquisa”, explicou o executivo.
O pesquisador dos laboratórios de Energia Solar e Sustentabilidade do ISI-ER, Bruno do Nascimento e Silva, que desembarcou na última segunda-feira (22) de um programa de treinamento em política energética no Japão, destacou que a discussão com outros países sobre temas como “planejamento e implementação de transições energéticas” envolvendo diversos setores da economia, além de visitas técnicas realizadas, contribuem com novas ideias para proposição de projetos e mostram a relevância do trabalho que o SENAI desenvolve.
“O SENAI não está só na vanguarda nacional na área de pesquisa e desenvolvimento de energias renováveis. Está na vanguarda mundial”, disse ele ao Conselho. “Hoje, o Japão está fazendo coisas que também fazemos no Instituto, que é objeto dos nossos projetos de pesquisa, mas há modelos de negócio diferentes e tentamos entender os desafios que enfrentaram e como resolver esses problemas”, acrescentou, elencando entre os possíveis ganhos com a experiência, a integração entre os participantes; potenciais parcerias internacionais em P&D e em serviços para o ISI, o fortalecimento das relações entre o SENAI e instituições do Japão e o aprimoramento técnico para desenvolvimento das atividades de P&D.
Treinamento
O treinamento foi promovido pela agência de cooperação internacional japonesa JICA em conjunto com o Instituto de Economia Energética do Japão (IEEJ) e teve duração de 30 dias. Representantes de 13 países em desenvolvimento participaram, incluindo, do Brasil, o ISI-ER e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O programa englobou conhecimentos sobre a situação energética e sua transição política no Japão e no resto do mundo; a utilização de tecnologias de descarbonização no Japão, incluindo a utilização de hidrogênio e amônia; Planejamento de políticas energéticas baseadas em projeções de oferta e demanda e balanços energéticos; e Planejamento e implementação de transições energéticas para descarbonização de diversos setores.
A programação possibilitou, também, a observação em campo de tecnologias de ponta para produção de hidrogênio renovável, captura e armazenamento de CO₂ – o mais abundante gás do efeito estufa – além da operação de uma usina hidrelétrica reversível (PHES), de termoelétricas com utilização de amônia + carvão mineral e de uma unidade de incineração de resíduos com cogeração de energia.
Avanços em P&D para células a combustível, desafios enfrentados na captura e armazenamento de CO2, a demonstração de viabilidade de um modelo de negócios para o hidrogênio renovável e a primeira planta comercial a operar com carvão + 20% de amônia estão entre os pontos destacados no roteiro.
Em setembro deste ano, outro pesquisador do ISI, Daniel Lira, embarcará para a Ásia. O destino: a China, como resultado do primeiro Edital CTG-SENAI de Mobilidade Internacional para o país asiático.
“Não há dúvida de que o SENAI está dentro do contexto mundial e que é preciso que a gente mantenha uma atualização permanente”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) e do Conselho Regional do SENAI-RN, Roberto Serquiz.
A reunião foi realizada no Hub de Inovação e Tecnologia do SENAI-RN em Natal, sede do ISI-ER, da Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI, a FAETI, e dos Centros de Educação e Tecnologias da instituição na capital.
A apresentação sobre as incursões do ISI-ER no exterior faz parte de uma estratégia de aproximação de práticas e humanização das atividades do SENAI perante o Conselho Regional – formado por representantes da indústria, dos trabalhadores da indústria, do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e Previdência.
SOBRE O SENAI
O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria nessa região do mundo. No Rio Grande do Norte, engloba cinco Centros de Educação e Tecnologias: CET (Voltado ao setor da construção civil); CETCM (Voltado às indústrias de alimentos, vestuário e moda); CETIB (cursos diversos para a indústria, em Mossoró); CETAB (vestuário, construção e outros), e CTGAS-ER, principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro de excelência para formação profissional em hidrogênio verde, em parceria com a Alemanha.
A atuação se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) – principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P&D) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade – e do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG).
Primeiro do Brasil a se tornar signatário do Pacto Global de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU), o SENAI do Rio Grande do Norte tem a atuação alinhada a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que buscam, de forma geral, acabar com a pobreza, reduzir desigualdades, fomentar a educação de qualidade e combater as mudanças climáticas no mundo.
Em 2024, a instituição recebeu o “Selo ODS Educação”- um reconhecimento nacional público pela formação das primeiras mulheres especialistas do Rio Grande do Norte em operação e manutenção de parques eólicos.
Texto e fotos: Renata Moura