A gerente de Clima e Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Juliana Falcão, apresentou a estratégia da indústria para uma Economia de Baixo Carbono durante a reunião da Comissão de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (COEMA/FIERN). O encontro, realizado nessa quarta-feira (8), na Casa da Indústria, foi liderado pelo presidente da COEMA e vice-presidente da FIERN, Marcelo Rosado.
Na apresentação, Juliana falou sobre o Plano de Retomada da Indústria, lançado pela CNI em maio deste ano, que tem como primeira missão a descarbonização. A proposta envolve um trabalho de regulamentação e investimentos em Transição energética, Mercado de carbono, Conservação florestal e bioeconomia e Economia circular.
Ela destacou a importância do tema para a indústria, mostrou as principais legislações sobre o tema em tramitação e comentou sobre o potencial estratégico das energias renováveis. “O tema é de grande importância para a indústria. Apesar de não ser a principal emissora de gases do Efeito Estufa no Brasil, ela é parte da solução para esse desafio e a atenção a esse tópico proporciona um grande diferencial competitivo”, comenta.
“O Brasil detém importantes características que garantem vantagem na Economia de Baixo Carbono, como a matriz elétrica com 92% de fontes renováveis, segunda maior produção mundial de biocombustíveis, maior biodiversidade do planeta, ampla cobertura florestal e maior disponibilidade hídrica do mundo”, destaca.
Juliana também apontou que é necessário que cada estado tenha conhecimento das fontes de emissões para trabalhar soluções. “Falamos muito sobre a emissão do país como um todo, mas os estados têm suas causas específicas que, muitas vezes, não estão relacionadas com a emissão mais global. Então, é importante que cada estado entenda as principais fontes de emissão e encontre as soluções que façam sentido”, explica.
Para o presidente da COEMA e vice-presidente da FIERN, Marcelo Rosado, o Rio Grande do Norte tem uma grande oportunidade na venda de crédito de carbono. “Isso contribui não apenas na geração de riquezas dentro do estado, mas no sentido de desenvolvimento em nível global”, acrescenta.
“Temos uma posição geográfica vantajosa, conseguimos gerar energia renovável que pode ser usada para abastecer as redes de transmissão nacionais e atender a demanda de outros estados e regiões. Também temos um cenário favorável para, com essa energia, produzir hidrogênio verde e vender para outros países que precisam de energia e não tem como gerar seja por dificuldades territoriais ou pelo clima”, completa Marcelo.
De acordo com ele, a discussão sobre o tema é importante, ainda que o debate esteja em aberto. “Temos tempo para consolidar como isso vai acontecer no Brasil. Alguns estados estão se preparando para, quando o momento chegar, saírem na frente nesse assunto, pois já existe o interesse e presença de investidores estrangeiros no Brasil para empreendimentos nessa área. Cabe ao Brasil ter uma legislação que garanta segurança para esses investimentos”, declara.
“Outro ponto, especificamente para o Rio Grande do Norte, é a necessidade de infraestrutura para suportar as operações de geração de energia renovável. Carecemos, por exemplo, de linhas de transmissões que escoem a produção energética para o restante do país e esse é um gargalo que precisa ser solucionado”, conclui.
Texto e fotos: Guilherme Arnaud