Segundo a CNI, produção e utilização da capacidade caíram em novembro, enquanto emprego subiu novamente. Expectativas dos empresários para 2025 estão mais moderadas
Segundo a CNI, produção e utilização da capacidade caíram em novembro, enquanto emprego subiu novamente. Expectativas dos empresários para 2025 estão mais moderadas
Depois de seis meses, o estoque de produtos da indústria voltou ao patamar planejado pelas empresas, revela a Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa publicada nesta quarta-feira (18), o índice de estoque efetivo-planejado atingiu os 50 pontos, em novembro, algo que não ocorria desde abril.
De maio para cá, os estoques permaneceram abaixo do planejado pelos industriais.
“A volta ao nível projetado pelas empresas sinaliza que o estímulo à produção industrial pode diminuir nos próximos meses, o que poderia desacelerar a atividade do setor, caso a demanda por bens industrializados perca força”, explica Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Após desempenhar acima do usual em outubro, chegando aos 53,7 pontos, o índice de produção da indústria caiu para patamar que indica queda, 48,4 pontos, em novembro. Embora a retração seja esperada para o mês, ela foi maior do que a registrada em novembro de 2022 e de 2023.
O índice de evolução do número de empregados caiu para 50,2 pontos na passagem de outubro para novembro. O resultado está acima do usual para o período, que costuma registrar queda no número de trabalhadores. Apesar disso, o indicador desacelerou, na comparação com os últimos meses.
Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu de 74% para 72%. Mesmo com a queda, a UCI está um ponto percentual acima do patamar registrado em novembro de 2023, o que significa que a atividade industrial está mais aquecida neste ano.
Em dezembro, os empresários se mostram menos otimistas para os próximos seis meses. O índice que mede a expectativa de demanda caiu 2,4 pontos, para 52,5 pontos; o de compras de insumos diminuiu 1,4 ponto, para 51,5 pontos; enquanto o de empregados desceu 1,2 ponto, para 50,6 pontos. O indicador de expectativa de quantidade exportada foi o único a aumentar, de 50,6 pontos para 51,5 pontos.
Apesar de três dos quatro indicadores de expectativas terem recuado em dezembro, apontando maior moderação por parte dos industriais, todos permanecem acima da linha divisória de 50 pontos, o que sinaliza que os empresários continuam otimistas.
Entre novembro e dezembro, a intenção de investimento variou 0,1 ponto, para 58,8 pontos. Segundo a pesquisa, a intenção dos empresários de investir está em patamar superior à média histórica de 52,2 pontos e teve leve tendência de alta ao longo de 2024.
Nesta edição da Sondagem Industrial, a CNI consultou 1.551 empresas: 619 de pequeno porte; 546 de médio porte; e 386 de grande porte, entre 2 e 11 de dezembro de 2024.