Diretora do CTGAS-ER destaca, em podcast, estratégias para impulsionar mulheres no setor de energia

22/11/2024   15h23

Tema foi discutido no podcast “Profissionais do Futuro”, com representantes do IFSP e da Indra Energia. Episódio foi apresentado pela jornalista Fabiana Dias (de vermelho)

 

“A gente percebe, naturalmente, o movimento de meninas e mulheres em formações tecnológicas. Agora, o que a gente almeja é, de fato, que elas sejam inseridas no mercado de trabalho, em volume, porque elas já estão sendo formadas, porque há qualidade e há interesse”. 

 

A expectativa, da diretora do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, Amora Vieira, é uma das que embalam o episódio “Fortalecer a EPT (Educação Profissional e Tecnológica) para promover a presença de mulheres no setor de energia”, do podcast “Profissionais do Futuro”. 

 

Clique abaixo para acessar, na íntegra:

 

 

Desafios e oportunidades para a participação feminina na indústria das energias renováveis foram pauta central do episódio, apresentado pela jornalista, diretora da consultoria MaisArgumento e consultora da agência de cooperação alemã GIZ, Fabiana Dias.

 

Além de Vieira, Cintia Gonçalves, professora do Instituto Federal de Educação Profissional e Tecnológica de São Paulo (IFSP) e Ingrid Santos, CEO da Indra Energia, participaram da discussão.  

 

O Profissionais do Futuro é uma parceria do Ministério da Educação (MEC) e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, no âmbito da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, realizado com recursos do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ), da Alemanha. 

 

A busca de mulheres por cursos e trabalho no campo das energias renováveis e como as escolas se preparam para atender essa demanda, em um cenário majoritariamente masculino, foram parte das questões que abriram o podcast.

 

Do discurso à prática

A diretora do CTGAS-ER explicou no episódio que, a partir da demanda de indústrias do setor para ampliar a formação de mulheres para a atividade, o SENAI realizou um “reposicionamento interno” e, também, para além dos seus muros. 

 

Amora Vieira: “O que a gente almeja é, de fato, que elas sejam inseridas no mercado de trabalho, em volume, porque elas já estão sendo formadas, porque há qualidade e há interesse”

 

“Nós fizemos um trabalho de bastidor com a nossa equipe de instrutores, com supervisão pedagógica e coordenação. A gente aproveitou esse movimento dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e trouxe para a sala de aula esse diálogo”, disse, acrescentando que a estratégia também alcançou a comunicação externa da instituição, com novas maneiras de mostrar a mulheres e meninas que a área de energia é uma possibilidade de caminho também para elas.

 

“Isso foi construído ao longo do tempo. Não é uma coisa que tem início, meio e fim. A gente passa por um processo de adequação constante, verificando indicadores, a evolução de entradas de mulheres, se essas mulheres também estão saindo formadas das turmas, se elas não desistiram por alguma razão”, exemplificou a diretora.

 

Entre os anos 2018 e 2023, a participação feminina em cursos de energia eólica do CTGAS-ER saltou de 9% para 32%.

 

“Quando a gente pensou em montar uma estratégia para atrair o público feminino não fazia sentido para o SENAI ter aquele discurso só para as redes sociais ou só para as falas. A gente queria, realmente, que nessa estratégia as meninas e mulheres que tivessem interesse em ingressar na formação técnica pudessem perceber que, uma vez colocando o pé dentro da nossa unidade, indo para a sala de aula, elas seriam ouvidas, vistas e reconhecidas como futuras profissionais com interesse em mudar de carreira ou aprender uma formação, uma ocupação técnica”, disse, no episódio, a diretora do CTGAS-ER.

 

Clique aqui para acessar o podcast na íntegra.

 

SOBRE O SENAI

O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina e detentor da maior rede privada de Institutos de Tecnologia e Inovação para a indústria nessa região do mundo. 

 

No Rio Grande do Norte, engloba cinco Centros de Educação e Tecnologias: CET (Voltado ao setor da construção civil); CETCM (Voltado às indústrias de alimentos, vestuário e moda); CETIB (cursos diversos para a indústria, em Mossoró); CETAB (vestuário, construção e outros), e CTGAS-ER, principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro de excelência para formação profissional em hidrogênio verde, em parceria com a Alemanha.

 

A atuação se dá ainda por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) – principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P&D) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade – do Instituto SENAI de Tecnologias em Petróleo e Gás (IST-PG) e da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais.

 

Primeiro do Brasil a se tornar signatário do Pacto Global de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU), o SENAI do Rio Grande do Norte tem a atuação alinhada a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que buscam, de forma geral, acabar com a pobreza, reduzir desigualdades, fomentar a educação de qualidade e combater as mudanças climáticas no mundo. 

 

Em 2024, a instituição recebeu o “Selo ODS Educação”- um reconhecimento nacional público pela formação das primeiras mulheres especialistas do Rio Grande do Norte em operação e manutenção de parques eólicos. O projeto liderado pelo CTGAS-ER também foi reconhecido nacionalmente pelo SENAI como Boa Prática de Gestão Escolar.

 

Em março de 2023, outro reconhecimento foi registrado: a História em Quadrinhos (HQ) “Superliga contra nuvens de gás”, concebida pelo Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN e do ISI-ER, foi recomendada pelo Ministério da Educação (MEC) e a agência pública de cooperação alemã GIZ como parte dos materiais selecionados para auxiliar escolas do Brasil a abordarem transição energética e descarbonização, em sala de aula – com estímulo à equidade de gênero e ao aumento da participação de meninas e mulheres no setor de energias renováveis.

 

A instituição também desenvolve projetos em parceria com empresas do setor de energia para aumentar a participação de meninas em cursos técnicos e estimular a inserção de conteúdos sobre energia eólica em escolas da rede pública.

 

Texto: Renata Moura

Imagens: Reprodução YouTube