Comissão de Energias Renováveis da FIERN realiza reunião e apresenta dados, oportunidades e gargalos do setor

19/07/2024   13h51

 

A Comissão Temática de Energias Renováveis da FIERN (COERE) reuniu empresários associados e líderes de entidades, nessa quinta-feira (18), na Casa da Indústria, para debater temas relevantes e identificar os gargalos do setor de energia renovável do Rio Grande do Norte. Para isso, a Comissão conta com a participação de entidades, setores e órgãos que direta ou indiretamente estão ligados ao segmento de energia renovável.

 

De acordo com o presidente da COERE-FIERN e também do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Norte (SINDUSCON-RN), Sérgio Azevedo, “o debate é necessário para que o setor de energia renovável encontre um campo fértil para florescer e prosperar”.

 

Sérgio Azevedo pontua que a comissão está atenta. “A COERE desenvolve esse papel super bem ao longo de todos esses anos e a nossa missão, na verdade, é dar continuidade a isso. Hoje, tivemos alguns temas muito importantes para debate e também para tomar conhecimento de alguns deles, através das palestras e das apresentações”, destaca.

 

O presidente da COERE enfatiza que cada entidade pode contribuir para o desenvolvimento do setor. E questiona: “O que todas as entidades que aqui estão presentes podem fazer para contribuir com esse ecossistema de prosperidade possível através das energias renováveis? Essa é a reflexão que eu deixo. A COERE foi instituída para que a gente trouxesse todos os órgãos e entidades que são ligadas direta e indiretamente com o setor de energia renovável”, enfatiza. “Aqui, não estamos legislando em causa de ninguém, de nenhuma empresa, estamos legislando em prol do crescimento econômico sustentável do nosso estado”, completa Sérgio Azevedo.

 

 

 

No encontro, o economista João Dias, da equipe do Observatório da Indústria Mais RN, apresentou números do setor e trouxe o Índice de Confiança das Energias Renováveis (ICER) do Rio Grande do Norte, com queda no número de novos projetos do setor.

 

Segundo o economista, a queda do indicador (ICER) teve alguns motivos. “Um deles é um motivo bem antigo, reclamações sobre burocracia, sobre licenciamento ambiental, reclamação também sobre a falta de uma política pública voltada para as energias renováveis. Outros dois novos pontos foram ressaltados também nessa pesquisa. Um deles foi o aumento dos movimentos sociais, que é contra as energias renováveis, isso vem se alastrando para todo o país. E também é uma preocupação da sociedade com o fato das energias renováveis, com toda a sua poluição sonora e também física”, pontua ele.

 

Dias destaca ainda a preocupação do cenário econômico e político atual. “Esse foi um ponto muito preocupante. Na questão dos projetos, houve uma queda nos projetos em andamento, mas não houve uma queda do número de projetos realizados que já estão sendo instalados. E houve aumento tanto da geração de energia da solar, quanto da energia eólica; e teve também aumento de número de parques aerogeradores”, aponta.

 

Ele lembra que se verifica queda em projetos em andamentos. “Estamos vendo uma diminuição dos projetos em andamento, tanto na parte eólica, quanto na solar; porém estamos com um leilão previsto para dezembro. Esse leilão provavelmente vai trazer um aumento novamente desses números futuros”, conclui João Dias.

 

 

 

 

Descomissionamento de torres eólicas tem foco em sustentabilidade

Um dos temas em destaque durante a reunião da COERE foi o Descomissionamento de torres eólicas, que se apresenta como um tema cada vez mais relevante à medida em que as concessões de parques eólicos se aproximam do fim. O debate tratou da necessidade de um processo responsável e sustentável para o manejo desses equipamentos. Neste contexto, destaca-se a expertise de uma empresa do Rio Norte, que é especializada na reciclagem e destinação adequada de todos os componentes das torres eólicas.

 

O tema foi apresentado durante a reunião da COERE, pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado do Rio Grande do Norte (SINDRECICLA-RN), Etelvino Patrício. Ele explica que o descomissionamento das torres eólicas está muito evidente porque está chegando ao termo das concessões e que muitos parques terão que passar por esse processo.

 

“O intuito foi mostrar na COERE que existe uma empresa do Rio Grande do Norte que já está pronta a receber todo esse material e fazer toda a reciclagem. E com isso, fazer a destinação dos equipamentos de forma correta e entregando sempre o melhor resultado e ganhos ao meu ambiente. Não seria possível que, agora, depois de tanto tempo de geração de energia e da colocação de energias renováveis, provar que esta questão do descomissionamento precisa passar também por um processo que seja limpo e que preserve o meu ambiente”, aponta o presidente do SINDRECICLA-RN.

 

O descomissionamento convencional de torres eólica, se não for bem orientado, pode gerar impactos ambientais negativos, como a geração de resíduos volumosos e a poluição do solo. Para superar esses desafios, a empresa propõe um método inovador que garante a reciclagem de todos os materiais reutilizáveis, minimizando o descarte em aterros sanitários.

 

“Então nada melhor do que fechar o ciclo de vida desses equipamentos utilizando-se de técnicas, reciclando tudo que é possível e entregando sim aos clientes que quiserem um trabalho de qualidade e de garantia para atender toda a legislação ambiental”, completa Etelvino.

 

A pauta da reunião da COERE incluiu também a apresentação sobre o “Mercado Livre e Geração Distribuída: O que fazer primeiro?” pelo representante da ABGD no RN, Paulo Morais; “Balanço sobre a Produção de Petróleo, Gás e Energia do Rio Grande do Norte em 2023”, pela engenheira de energia Bia Barbosa, da SEDEC; e “Linhas de Financiamento do Banco do Nordeste para o Setor de Energias Renováveis”, por Sartre Nogueira Fernandes Praxedes, do Banco do Nordeste (BNB) representação do RN.

 

 

Texto e fotos: Jô Lopes

 

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