A transformação digital das indústrias de confecção potiguares é um dos objetivos do Programa de Revitalização da Indústria Nordestina (NE 4.0), iniciativa da Comissão Temática de Ciência, Tecnologia e Inovação da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (COINCITEC/FIERN). O programa é promovido em toda a região pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), com apoio do Sebrae.

 

Nesta quarta-feira (19), foi realizada a aula inaugural do curso Indústria 4.0 para a Cadeia Produtiva do Vestuário, capacitação voltada a empresários e profissionais do setor de confecção, como parte da segunda fase da aplicação do NE 4.0 no estado.

 

O encontro aconteceu no Instituto Metrópole Digital (IMD), da UFRN, que também é parceiro e responsável pela execução do programa no Rio Grande do Norte. A formação reúne 61 representantes de 32 empresas industriais da Grande Natal para os oito módulos de capacitação, voltados para conceitos e práticas de Indústria 4.0, com temas como “coleta e análise de dados”, “noções de Inteligência Artificial”, “utilização de software na Indústria 4.0” e “gerenciamento de projetos e sustentabilidade”.

 

De acordo com o diretor de Inovação da FIERN e presidente da COINCITEC, Djalma Júnior, investir na formação em Indústria 4.0 para o setor de confecção do vestuário no RN é essencial para modernizar processos, capacitar a força de trabalho e fortalecer a competitividade das empresas locais. “Com a implementação de novas tecnologias, o estado pode se tornar um polo têxtil e de confecção de referência, gerando mais empregos e desenvolvimento sustentável”, comenta.

 

“Outro aspecto de relevância é o fato que as empresas que adotam conceitos da Indústria 4.0 conseguem maior diferenciação e inovação, tornando-se mais competitivas frente a mercados globais”, destaca Djalma.

 

Entre os alunos está o diretor do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado do Rio Grande do Norte (SINDVEST-RN), Márcio Barbosa, da Empresa Herbus Confecções. “A criação de um curso de Indústria 4.0 voltado especificamente para atender as indústrias de confecção no Rio Grande do Norte representa uma iniciativa estratégica para fortalecer o setor, modernizar processos produtivos e garantir a competitividade das empresas locais”, relata.

“Para o SINDVEST, essa ação é de extrema importância, pois o setor dá um passo fundamental para que as indústrias de confecção se posicionem no futuro da manufatura, garantindo crescimento sustentável e empregos qualificados. O sindicato entende como essencial o engajamento das empresas e profissionais, garantindo que o setor avance de forma estruturada rumo à modernização”, completa.

 

 

A secretária executiva da COINCITEC, Susie Macêdo, ressalta que a Indústria 4.0 representa uma revolução no setor produtivo, promovendo a digitalização, automação e integração de novas tecnologias nos processos industriais. “No setor de confecção do vestuário, essa transformação é fundamental para aumentar a competitividade, reduzir custos e melhorar a qualidade dos produtos”, aponta.

 

“No contexto potiguar, onde as indústrias têxtil e de confecção desempenham um papel relevante na economia, a formação em Indústria 4.0 torna-se essencial para garantir a modernização e a sustentabilidade das empresas locais”, completa Susie.

 

 

Entre os benefícios que o programa pode oferecer, está o aprimoramento da produção e eficiência operacional, por meio da adoção de tecnologias como IoT (Internet das Coisas), inteligência artificial, robótica e big data. Essas tecnologias, quando bem utilizadas, possibilitam a dedução de desperdícios e otimização do uso de matérias-primas, diminuindo erros e aumentando a produtividade.

 

Essa segunda fase do projeto ainda terá um desdobramento, que será a capacitação de 50 alunos do Ensino Médio que estejam fazendo os Cursos Técnicos do IMD, também na área de Indústria 4.0. Ao final dessa formação, cinco desses estudantes serão selecionados para receberem bolsas e apoiarem projetos de indústrias.

 

Por fim, a terceira fase do programa vai auxiliar 20 empresas para a criação de projetos em Indústria 4.0. Nessa fase, elas receberão o suporte de um professor orientador e dos estudantes escolhidos na fase anterior, que atuarão como bolsistas de TI em cinco desses projetos.

 

Revitalização da Indústria Nordestina

 

O “Programa de Revitalização da Indústria Nordestina – NE 4.0” propõe a ampliação e adoção de novas tecnologias por parte das indústrias da região, envolvendo diversos segmentos e capacitando mão de obra de alta qualificação, por meio de residência tecnológica. O programa prevê ações estratégicas de médio prazo voltadas para o desenvolvimento de metodologia de monitoramento do nível de maturidade da Indústria 4.0, suporte ao desenvolvimento de políticas públicas e implantação de residência em Cloud Computing (computação em nuvem), além da criação de Núcleos Estaduais de Indústria 4.0.

 

“Em 2023, a Sudene instalou esses núcleos estaduais, a partir dos parceiros do Programa NE 4.0 (Universidades, indústria e alunos), dando sequência ao programa, que inclusive foi incorporado à carteira de projetos do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste”, destaca José Farias, coordenador de Desenvolvimento Territorial, Infraestrutura e Meio Ambiente da Sudene.

 

Financiado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), o Programa de Revitalização da Indústria Nordestina (NE 4.0) conta ainda com o apoio da FIERN e do Sebrae.

 

 

Por: Guilherme Arnaud