O número de estabelecimentos industriais no Rio Grande do Norte cresceu 20% entre 2022 e 2023, é o que mostra a última atualização do Atlas da Indústria Potiguar, desenvolvido pelo Observatório da Indústria Mais RN, núcleo de planejamento estratégico contínuo da FIERN. A ferramenta está disponível em uma plataforma de Business Intelligence (BI), com dados sobre números de estabelecimentos, emprego, salário e demais indicadores econômicos sobre a indústria do estado.

 

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Para a coordenadora executiva de Relações Institucionais e com o Mercado da FIERN, Ana Adalgisa Dias, o Atlas é uma importante fonte de informações para diversas aplicações. “O Rio Grande do Norte lança mão dessa importante ferramenta que pode auxiliar desde estudos acadêmicos até tomadas de decisões de gestores públicos e privados a respeito da indústria do nosso estado”, ressalta. “Com o Atlas da Indústria Potiguar, conseguimos quantificar tendências de investimentos e ter um mapa de como a indústria está se comportando”, completa Ana Adalgisa.

 

A atualização da plataforma aponta que uma dessas tendências está no setor da Construção Civil. O crescimento de 20% no número de estabelecimentos industriais representa, em números absolutos, cerca de 1,9 mil novas empresas; dessas, mais de 1,5 mil são novos estabelecimentos da Construção Civil.

 

 

A analista do Observatório da Indústria Mais RN, Suellen Torres, destaca que, além dos estabelecimentos, os empregos nas indústrias também cresceram, concentrando 129.524 dos vínculos formais do estado, representando quase 25% das carteiras assinadas no Rio Grande do Norte. “De forma vertiginosa, o Rio Grande do Norte tem recuperado postos de trabalho no setor industrial desde 2018, quando apresentou o menor quantitativo de trabalhadores formais – eram 92.671”, afirma.

 

Percentualmente, o número de trabalhadores da indústria potiguar cresceu em 9,7% entre 2023 e 2024, com mais de 10 mil novos empregados no período. “Esse crescimento se deve principalmente pela construção civil, que tem resultados crescentes desde 2022 e, nos últimos anos, variou em 16,6%, ou seja, acima da média de crescimento de todos os setores econômicos”, explica a analista.

 

“De uma forma geral, ao analisarmos os números sobre estabelecimentos, criação de empregos e PIB setorial, encontramos crescimento em todos os indicadores, o que mostra um cenário positivo nos últimos anos”, comenta Torres.

 

Para alimentar o Atlas, a equipe do Observatório atualiza a plataforma com dados de diversas fontes, como pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE); da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho; e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

 

Perfil da indústria

 

De acordo com o Atlas, o Rio Grande do Norte conta com 11.626 indústrias registradas. O perfil do porte industrial segue com a predominância de micro e pequenas empresas, que representam 98,8% dos estabelecimentos — 11.499 indústrias em números absolutos.

 

Os segmentos dessas indústrias são variados: todos os subsetores possuem micro ou pequenas indústrias no Rio Grande do Norte, diversificando a produção por todo o estado. No entanto, há a proeminência das atividades da construção, panificação, confecção, móveis, instalação e manutenção elétrica e captação, tratamento e distribuição de água.

 

 

 

Já as médias e grandes empresas, apesar de representarem apenas 1,2% dos estabelecimentos, são grandes empregadoras na indústria potiguar. Concentram 43,8% dos postos de trabalho da indústria — são 52.636 das 129.524 vagas formais de trabalho.

 

Na divisão setorial, do total de indústrias no estado, 6.196 são da Construção Civil (53,3%); 4.789 são da Indústria de Transformação (41,2%); 373 são de Serviços Industriais de Utilidade Pública (3,2%) e 265 (2,3%) são Extrativas Minerais.

 

PIB Industrial

 

Conforme informações de 2022 do IBGE, o Rio Grande do Norte possui o PIB industrial de R$ 19.3 bilhões, correspondendo a 1,2% do PIB industrial do Brasil. O cenário é de avanço, uma vez que comparado ao ano anterior a indústria do estado cresceu em 7%, acima da média nacional, que foi de 4%.

 

Em relação ao PIB geral estadual, a indústria compreende 22,3% da produção potiguar e tem retomado sua relevância, com crescimento de 2% entre os últimos anos.

 

Texto: Guilherme Arnaud