Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN
Não haverá desenvolvimento sem educação. E todos os níveis são importantes, entretanto, não haverá uma qualidade positivamente diferenciada na etapa superior se os ensinos fundamental e médio não alcançarem boas notas de avaliação.
A experiência do Estado do Piauí merece nossa atenção. Em 2005 detinha a última posição no IDEB. Com nota 2,3 (no ano de 2005) o Estado se localizava junto do Amazonas como pior educação pública de nível médio. Em 2023 passou a ocupar a 7º colocação nacional e a 3ª melhor educação do Nordeste, atrás apenas de Pernambuco e Ceará que, tradicionalmente, ocupam boas posições no ranking IDEB. Sem entrar no mérito dos programas que foram implementados, mas o Piauí conseguiu melhorar significativamente, em menos de 20 anos, um grave indicador.
O Rio Grande do Norte precisa pensar muito urgentemente também nas medidas que precisa implementar para melhorarmos a qualidade do ensino público, uma tarefa que deveria ensejar um pacto entre o Governo do Estado, Prefeituras Municipais, entidades do terceiro setor e demais organismos da sociedade civil organizada. Não é, de fato, uma tarefa apenas para um ou outro ente de forma isolada, mas exige o esforço de muitos!
Não podemos planejar o futuro, tê-lo como promissor, se os estudantes da rede pública de ensino não estão concluindo satisfatoriamente as etapas educacionais. Reconheço os muitos e gritantes desafios, inclusive, no ambiente familiar e na sociedade em geral. Os fatores externos à escola são cada vez mais invasivos no sentido de reter a atenção dos estudantes em detrimento à disciplina e ao comprometimento com os horários de estudo. Mas, precisamos reagir. A escola precisa ser mais atraente – sem perda de conteúdo – para as crianças e, principalmente, para os adolescentes e jovens. A meu sentir, precisa contribuir fortemente para a formação de valores sociais que estimulem a paz e a convivência democrática; difundir a informação sem o contágio ideológico e, preparar os jovens, com ciência e lições de ética, para o mundo do trabalho.
Direto ao assunto: o Rio Grande do Norte, atualmente como pior índice acerca da educação do Nordeste e do Brasil, precisa abraçar a causa e, de forma bastante articulada e objetiva, planejar e executar medidas que nos façam celebrar avanços bem mais expressivos nos próximos anúncios do IDEB e de outros indicadores da educação pública. Para tanto, sempre com a disposição do comprometimento, podem contar com o Sistema FIERN e com a indústria potiguar! Aliás, neste sentido, um gesto concreto já foi dado: o SESI SP, em parceria com o SESI RN e a Prefeitura de Acari, já está atuando em um projeto piloto de melhoria da qualidade do ensino na rede municipal daquela cidade seridoense. E os primeiros resultados já são animadores. Adiante, vamos transbordar o mesmo necessário e bom projeto para outras cidades potiguares.