Artigo – “Reciclar como eixo estruturante da economia”, por Roberto Serquiz

1/07/2024   10h14

Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN

 

Direto ao ponto: precisamos tratar o lixo como ativo patrimonial. Como fazer? Consciência coletiva; reciclagem; destinação correta; pauta prioritária para governos e sociedade. Não é uma tarefa fácil, mas é plenamente possível. O lixo precisa ser tratado como solução, deixando a posição de “vilão” para se tornar um importante protagonista na trama da economia nacional.

 

 

O Sistema FIERN está atento ao assunto. Recentemente realizamos, sob a liderança do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Rio Grande do Norte, o 3º Fórum de Reciclagem de Resíduos Sólidos, tanto para discutirmos o assunto, apontarmos soluções, quanto para apresentarmos experiências vitoriosas que muito contribuem para a sustentabilidade ambiental, afinal, deixamos de jogar lixo em locais impróprios ou mesmo em aterros controlados para aproveitarmos a matéria-prima na indústria de transformação.

 

 

No Brasil, aproximadamente, apenas 4% do lixo é reciclado. O contingente total é estimado em 82 milhões de toneladas de resíduos/ano. Número, aliás, com permanente tendência de crescimento. Neste contexto, materiais de plástico, papel, papelão, vidro e metais, dentre outros, poderiam ser totalmente reaproveitados. Mesmo o plástico, o mais reciclado, o índice no Brasil, pós-consumo, é de 23%. Na União Europeia o índice de reciclagem de plástico, na mesma condição, é de, aproximadamente, 40%.

 

 

Uma medida inicial, necessária sob qualquer aspecto, é a ampliação da coleta seletiva. A sociedade em geral precisa se comprometer com a prática de selecionar o lixo. As Prefeituras, de modo especial, precisam atuar de forma firme na implementação da operação da coletiva seletiva. Não é uma tarefa apenas de um protagonista, mas de vários! Contudo, a condução pelo setor público (municipal) é indispensável.

 

 

Ademais, os Governos Federal e Estadual precisam ampliar os incentivos tributários para as indústrias que trabalham com itens reciclados. Precisa, de fato, ocorrer um estímulo concreto, atrativo para as empresas, cada vez mais, usem itens reciclados como matéria-prima. O investimento feito, através de seguros incentivos tributários, significará respeito ao meio ambiente e mais saúde para a população.

 

 

A indústria potiguar está mobilizada e deseja participar deste grande esforço para sermos o estado da federação brasileira campeão em reciclagem!