Como resistentes, também somos esperançosos. Todos os dias, mesmo sabendo das dificuldades que enfrentamos, renovamos as esperanças que o dia seguinte será um pouco melhor e, assim, de hora em hora, vamos reconstruindo caminhos, buscando novos horizontes, celebrando resultados, mesmo os mais modestos ou, apenas, os possíveis. E mesmo diante da pandemia da Covid-19 não podemos deixar de cultivar alternativas e projetos.
Neste sentido, além da sempre lembrada – e necessária – reforma tributária, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos ofereceu recente reflexão sobre a oportunidade de investimentos em ciência, tecnologia e inovação, notadamente, a expansão da internet para todo o País e o aumento dos “investimentos em tecnologias, como 5G e inteligência artificial, com vistas à transformação digital das empresas e sua inserção na Quarta Revolução Industrial”. Em artigo subscrito por Robson Andrade, presidente da CNI, e Soumitra Dutta, presidente do Portulans Institute, há um grave alerta: “o estudo do Portulans Institute – que apresenta 15 recomendações relacionadas às áreas de inovação, tecnologia, recursos humanos, instituições e infraestrutura – deixa claro que o relógio corre contra o Brasil. Se não forem tomadas medidas céleres e coordenadas, o país perderá a capacidade de inovar e reduzirá, ainda mais, seu potencial de competição global”.
Como diz a sabedoria popular: “do limão para a limonada”. Os tempos atuais, difíceis e complexos, devem ser aproveitados para a construção do futuro que, indiscutivelmente, será melhor se, agora, fizermos as escolhas certas. Dentre as quais, também com pouca margem de discordância, a ciência e tecnologia são dois pilares para um futuro melhor. A própria pandemia prova a assertiva. Seriam ainda maiores os prejuízos sociais e econômicos se não contássemos com novas ferramentas tecnológicas e de comunicação, assim como, de fato, com a vacina contra o coronavírus que chegou – mesmo em número insuficiente –, graças ao empenho de muitos e os investimentos feitos em ciência e pesquisa. Impossível, portanto, vivermos o hoje ou olharmos para o futuro sem considerarmos os avanços da ciência e da tecnologia, inclusive, a chamada “indústria 4.0”, na qual, as novas tecnologias oferecem flexibilidade nos processos industriais. E, já se fala na “indústria 5.0” – que une a criatividade e a habilidade humanas com a velocidade, a produtividade e a consistência das máquinas.
Acredito que o assunto deva receber o apoio da maioria, mas precisamos alcançar novas etapas, ou seja, efetivarmos alguns projetos; elegermos o tema como prioridade também da sociedade; aproveitarmos o momento para edificar colunas reforçadas que ditem caminhos sem recuos em relação ao apoio dado a ciência, tecnologia, pesquisa e inovação.
A hora do Brasil é neste sentido; a vez do País será confirmada se fizermos, agora, o que é devido. E não apenas – de braços cruzados – aguardando os Governos, mas a eles sugerindo e cobrando atenções mais intensas e efetivas em torno de investimentos que farão o nosso País ainda mais forte, sustentável, desenvolvido!
Amaro Sales de Araújo, Presidente da FIERN e Secretário-Geral da CNI