A FIERN – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte – tem atuado em diferentes frentes ao longo de sua história para, de um lado, defender os interesses da indústria e junto disso, em análise mais ampla, o desenvolvimento econômico no território potiguar. Não é tão simples assim. Lamentavelmente.
Enfrentamos problemas e desafios que, ao meu ver, não deveríamos ter. Deveríamos contar muito mais com autoridades e órgãos públicos que, afinal, também são contribuintes do esforço pelo desenvolvimento econômico sustentável. Alguns exemplos: enfrentamos crédito oneroso e burocratizado; processos de licenças (públicas) que demoram; complexidade de regulamentos normativos; pouco investimento em pesquisa e inovação; travamento do ambiente de negócios.
Não se deve culpar Governo “A” ou “B”. Não é esta minha intenção ao pensar sobre os tópicos de defesa de interesse da indústria e de melhoria geral do ambiente de negócios em nosso Estado. Proponho olharmos para frente e, juntos, construirmos rotas e resultados. E não apenas em relação a líderes políticos que, de fato, sempre são sensíveis às causas que apresentamos. Mas, precisamos contagiar o serviço público como um todo e transbordarmos para a sociedade: a indústria é geradora de renda, negócios, riquezas que são necessárias a vida humana!
Neste sentido, buscamos justamente estimular que o serviço público diante de uma demanda justa da empresa, seja ela industrial ou não, pergunte: como posso ajudar? E que tal questionamento seja movido pela compreensão de que a vida saudável de uma empresa interessa a sociedade e que os problemas por ela enfrentados devem ter a atenção mais célere sob pena de que, com sua falência, várias pessoas serão prejudicadas, tanto as que são empregadas, quanto as que fazem parte de qualquer elo da cadeia produtiva onde está inserido o empreendimento. Não é difícil, portanto, compreender e justificar a importância do gesto de apoio e de atenção.
A indústria enfrenta inúmeros desafios todos os dias. Não é simples a responsabilidade de gerar e manter empregos, adquirir matéria-prima, enfrentar o mercado e todas as suas muitas peculiaridades. E ainda precisa enfrentar no âmbito dos Governos (três esferas) algumas dificuldades que repercutem diretamente nos negócios que tenta empreender.
Direto ao ponto: precisamos ouvir mais “como posso ajudar?” ou ainda “vamos juntos em busca de soluções”.
Por Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN