Amaro Sales de Araújo, industrial, Presidente da FIERN e do COMPEM/CNI.
Natal parou um pouco na semana anterior para prestigiar um dos grandes eventos que a cidade abrigou: Campus Party.
O evento acontece no Brasil desde 2008. Atrai, em síntese, interessados em inovação, ciência, cultura, universo digital e empreendedorismo, particularmente, jovens que, de fato, terminam construindo uma rede de relacionamento e aprendizado. Em Natal mais de 60 mil visitantes (estudantes, profissionais, empresas e público em geral), distribuídos nas áreas de livre visitação e na Arena principal, participaram do Campus Party.
Muitas ações em destaque, entretanto, algumas merecem especial registro: as Startups incubadas no IMD (Instituto Metrópole Digital) apresentaram projetos inovadores, dentre os quais, BlinDog – uma coleira digital para cães cegos; desenvolvimento de Softwares embarcados; VOID 3D – Impressão de materiais em 3D. Também o campeonato de hackers. A Justiça Federal instalou na Arena principal, um grande estande para o campeonato “Hackaton”.
O Sistema FIERN esteve presente através do SESI, SENAI e IEL. Trabalhamos com as apresentações de protótipos de robôs voltados para a educação e, também, com projetos de tecnologia e informática. Registramos a necessidade de atualização das empresas para a chegada da indústria 4.0 e a internet das coisas, com processos rastreados digitalmente. As mudanças digitais são expressivas e precisamos ficar mais atentos.
O Campus Party evidenciou, ainda, temas como cidades inteligentes e humanas, segurança digital, blockchain e moeda digital, além de ser sido um passeio para marcantes personalidades do que é hoje chamado “influenciadores digitais”, algo que tende a ter uma presença mais forte na formação das próximas gerações.
Aliás, o próprio evento parece vocacionado para motivar transformações. A missão divulgada do CP caminha neste sentido: “ajudar a criar espaços para que a energia das novas gerações digitais encontre um lugar para reescrever o código fonte do mundo”.
Realmente a evolução tecnológica tem sido intensa nas últimas décadas, inclusive, provocando mudanças de hábito. Com a televisão, certamente, a sociedade brasileira sentiu o primeiro impacto. Depois, o computador. Agora, o smartphone. O impacto é tanto que até novas palavras e gírias foram incorporadas a nossa comunicação quotidiana.
Que a tecnologia pode ser um ganho imenso para a humanidade, seguramente, a grande maioria concorda. Viver sem ela hoje é impensável. Basta, por exemplo, uma queda demorada de energia para sentirmos o quanto somos dependentes. Assim, se é para viver em um mundo mais moderno, que seja para melhorar a vida das pessoas.
O Campus Party mostrou que a tecnologia pode ser utilizada neste sentido e que mais pessoas podem ter benefícios – saúde, segurança, educação, produção, logística, mobilidade, etc. – a partir da pesquisa e da ciência.
Artigo publicado no jornal Tribuna do Norte (21/04/2018).