O que são deep techs e por que elas são importantes para a indústria?

15/01/2025   11h28

Deep techs são startups que trabalham com tecnologias baseadas em conhecimentos científicos com alta complexidade de desenvolvimento. As soluções são disruptivas, com potencial para liderar mudanças, estabelecer novas indústrias e reinventar as atuais.

 

 

Em relação a outras startups, as deep techs levam mais tempo para pesquisa e desenvolvimento (P&D) do produto e, consequentemente, para comercialização da solução. Também demandam mais investimento e envolvem mais riscos.

 

 

A indústria pode se beneficiar das deep techs com a compra direta ou licenciamento de novas tecnologias disruptivas e com investimentos por corporate venture capital e joint ventures. Ao desenvolver soluções junto a essas startups, as empresas reduzem o risco, os custos e o tempo que levariam para realizar projetos de alta complexidade e impacto.

 

 

Características das deep techs:

  • Têm como foco grandes desafios sociais e ambientais da atualidade;
  • Desenvolvem soluções de alta complexidade baseadas em avanços científicos;
  • Operam na convergência de mais de uma área de conhecimento, combinando diferentes tecnologias;
  • Aproveitam os avanços da tecnologia de informação para o desenvolvimento de produtos com grande potencial de transformação de mercados;
  • Catalisam o desenvolvimento de um novo ecossistema de inovação, que une universidades e centros de pesquisa, empresas, startups, investidores, governos, facilitadores e usuários.

 

 

Exemplos de produtos e áreas de atuação das deep techs

Robótica: drones e robôs humanoides, de armazém e de entrega

Tecnologia espacial: nanossatélites, internet baseada no espaço, manufatura espacial, estações espaciais privadas, foguetes reutilizáveis

Biotecnologia: biomateriais, agricultura molecular, software de edição genética, fermentação de precisão, proteínas alternativas, sementes geneticamente modificadas, bioimpressão

Blockchain: web 3.0, criptomoedas, carteiras digitais, contratos inteligentes

Mobilidade avançada: veículos elétricos e autônomos, hyperloop, aeronaves elétricas, supersônicas e hipersônicas

Inteligência Artificial (IA): modelos de linguagem de larga escala; algoritmos avançados de recomendação; texto para imagens, vídeo e som; modelos de difusão

Tecnologia limpa: energia solar e eólica avançada, hidrogênio verde, baterias avançadas, smart grids, microgrids, tecnologias de captura de carbono, fusão nuclear, energia geotérmica profunda

Nanotecnologia: nanosensores, nanomateriais, nanorobôs, nanocápsulas

Computação infinita: computação quântica, 5G-6G, internet das coisas, comunicação quântica, biocomputação, metaverso, realidade virtual e aumentada

Materiais avançados: grafeno, bioplástico, nanotubos de carbono, supercondutores, fibra de carbono, metamateriais, cristais fotônicos

Tecnologia da saúde: vacinas RNA, interfaces computador-cérebro, terapias de gene, cirurgias robóticas, medicina regenerativa, implantes e órgãos de impressão 3D

Manufatura avançada: robôs industriais; gêmeos digitais; nanomanufatura; construções em impressão 3D; processamento a laser; impressoras 3D avançadas multimaterial, de metal etc.

 

 

 

 

Estratégia Nacional

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) se juntou à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outras instituições, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Sebrae, para apresentar uma proposta de Estratégia Nacional de Apoio ao Desenvolvimento das Startups Deep Techs e seus Ecossistemas no Brasil.

 

 

Entre as propostas parar criar um ambiente favorável à criação e consolidação de deep techs no país estão:

  • Ampliar o conhecimento sobre deep techs no Brasil, incluindo o mapeamento e pesquisas sobre as empresas e seus ecossistemas, bem como a difusão de conceitos e casos de sucesso;
  • Estimular ações coordenadas e alinhadas com a política governamental entre os diversos atores que compõe o ecossistema de deep techs;
  • Direcionar e apoiar com recursos adequados o ecossistema de deep techs, buscando remover ou minimizar barreiras ao seu desenvolvimento;
  • Alavancar a jornada das deep techs de forma contínua e perene através da criação, mobilização e direcionamento de instrumentos de apoio de diferentes fontes e modalidades, adequados a cada estágio de maturidade tecnológica e de negócio;
  • Acelerar e colaborar para desburocratização e simplificação de trâmites regulatórios e jurídicos.

 

 

Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) – movimento criado e coordenado pela CNI com as empresas que mais investem em inovação no país – também acompanha o tema das deep techs por meio dos Grupos de Trabalho de Financiamento à Inovação, e de Negócios do Futuro Este último dedica-se inteiramente a desenvolver o ecossistema de deep techs para a indústria farmacêutica do Brasil. E é liderado pela empreendedora na área de genômica, Lygia Pereira, CEO da Gen-t.