O Rio Grande do Norte tem um enorme potencial para ampliar as alternativas de geração de energia renovável, atendendo a atual pauta mundial que clama pela redução gradual do uso de combustíveis fósseis. Na semana passada, estive compondo a comitiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na COP29, em Baku, capital do Azerbaijão. Pude presenciar a preocupação dos grandes líderes mundiais e os compromissos assumidos pela indústria do nosso país em torno do esforço ambiental que deve ser de todos nós.
Em síntese, a Conferência das Partes (COP), foi centrada – na agenda 2024 – “na busca por facilitar o acesso dos países em desenvolvimento ao financiamento climático”. No próximo ano, a COP30 será realizada no Brasil, em Manaus, posicionando o nosso país como catalisador das discussões sobre questões ambientais globais e regionais, como a redução de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas e financiamento para países em desenvolvimento.
A agenda – contemporânea e necessária – da transição global para as energias renováveis é, de fato, uma grande oportunidade para o Estado do Rio Grande do Norte, cujos números atuais já falam por si: 307 parques eólicos instalados; 10,05 GW, 77 parques em construção, com 3GW de potência contratada segundo a ANEEL (outubro de 2024). E ainda, sobre a eólica off-shore (Fonte: IBAMA): 14 parques offshore; 1.680 aerogeradores; 25.468GW contratados. Já somos o maior produtor de energias renováveis em terra e caminhamos para sê-lo também no mar. Para isso, é importante avançarmos com o marco legal do Hidrogênio Verde, atualmente em discussão.
Direto ao ponto: nosso potencial é ainda maior e poderá ser rapidamente aproveitado. Para tanto, precisamos fazer o “dever de casa”, sobretudo, agilizando os processos de licenciamento ambiental e, de fato, tendo um ambiente de acolhimento – por toda a sociedade – aos empreendimentos de geração de energias renováveis. O Governo do Rio Grande do Norte, a quem cabe a natural liderança de tal prospecção e acolhimento, precisa contar com o decisivo apoio de todos os demais segmentos e instituições.
Lamentavelmente existem grupos que se movimentam de forma contrária ao que pede a agenda ambiental do mundo civilizado! Espero, inclusive, que movimentos e protagonistas que trabalham contra os avanços das energias renováveis revejam seus pontos de vista. Se muitos reclamavam da ausência de uma causa que poderia mobilizar todo o nosso Estado na direção do desenvolvimento econômico, eis que surge objetivamente uma que deve motivar a mobilização e o esforço em uma mesma direção, tanto pelos investimentos significativos feitos nas fases iniciais, quanto pelos empregos e pela renda subsequente, mas, principalmente, pela contribuição do povo potiguar à uma agenda de sobrevivência para o mundo. Trabalhemos, juntos, por isso!
Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN