Presidente Ricardo Alban apresentou iniciativa nesta terça-feira (12), em inauguração do estande da entidade na COP29, em Baku, no Azerbaijão
Presidente Ricardo Alban apresentou iniciativa nesta terça-feira (12), em inauguração do estande da entidade na COP29, em Baku, no Azerbaijão
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou nesta terça-feira (12) que dialoga com o governo federal para a criação de um grupo de empresários com foco na elaboração de políticas verdes – a exemplo do B20, fórum de diálogo mundial que conecta a comunidade empresarial aos líderes dos países do G20. A proposta foi apresentada na inauguração do estande da CNI na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Segundo Alban, a ideia é que o grupo mobilize representantes do setor privado com a missão de construir e propor recomendações relevantes para a indústria, influenciando o processo de tomada de decisões nas pautas prioritárias da Conferência do Clima da ONU.
“Ao juntarmos as congêneres em torno da pauta verde, poderemos ter o controle da narrativa, reforçando os inúmeros exemplos de sucesso da indústria na descarbonização da economia”, disse.
A solenidade contou com a presença de representantes de governo, deputados, senadores e empresários, entre os quais: Marcelo Thomé, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) e do Instituto Amazônia +21, Décio Lima, diretor-presidente do SEBRAE, Helder Barbalho, governador do Pará (PA), senador Veneziano Vital do Rêgo, vice-presidente do Senado Federal, Vital do Rêgo, vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Manuel Montenegro, embaixador do Brasil na República do Azerbaijão, e Ricardo Capelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Marcelo Thomé aproveitou o evento para destacar a importância da COP29 e da COP30, que será realizada em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro de 2025. “A COP29 é o fórum adequado para discutirmos o futuro que queremos. Os debates que ocorrerão aqui e na COP 30 poderão redefinir a rota da humanidade”, afirmou.
Para os participantes, esses debates têm que ocorrer com a presença da indústria. Isso porque, de acordo com o presidente da ABDI, Ricardo Capelli, o setor hoje é quem “está criando empregos e esperança”.
“Não existe um país e não existirá um país próspero e desenvolvido sem a indústria”, completou.
“Embora a indústria no Brasil não seja o setor que mais emite gases de efeito estufa, é ela quem mais vem adotando medidas de descarbonização da produção”, finalizou Thomé.
Prestes a receber a próxima edição da Conferência do Clima da ONU, o governador do Pará, Helder Barbalho, ressaltou a determinação do país para receber a COP.
“O Brasil teve coragem de trazer a COP para a Amazônia, para o pé da floresta, depois de duas edições que ocorreram em países sustentados pelos combustíveis fósseis.”
Pelo segundo ano consecutivo, a Conferência do Clima acontece em um país com vocação econômica baseada na exploração de combustíveis fósseis. Antes de Baku, a COP foi realizada em Dubai, nos Emirados Árabes.
O governador também destacou o papel do setor privado nas ações de descarbonização da produção e de preservação da biodiversidade. “É o setor privado que tem desempenhado o papel de locomotiva da agenda do desenvolvimento sustentável e é quem tem viabilizado o financiamento climático no planeta”, disse Barbalho.
Helder Barbalho e o senador Veneziano Vital do Rêgo deram destaque em suas falas ao projeto de regulamentação do mercado de carbono no Brasil, que deve ser votado nesta terça-feira (12) pelo Senado Federal. O regime de urgência do projeto foi aprovado na semana passada, mas a análise do texto foi adiada após o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), retirá-lo da pauta para dar tempo às negociações.
A proposta estabelece o mercado regulado de carbono com regras para um sistema de comércio de emissões de gases de efeito estufa. A iniciativa faz parte dos esforços do Brasil para diminuir suas emissões.
“Junto com a transição energética, o mercado de carbono permitirá que o Brasil cumpra as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa estabelecidas no Acordo de Paris”, explicou o governador do Pará.
A regulamentação do mercado de carbono é um dos itens elencados pela indústria brasileira como prioridades na agenda legislativa de 2024. Em março, a CNI entregou ao Congresso Nacional a chamada Pauta Mínima, que reuniu 12 propostas que, para a confederação, terão maior impacto no desenvolvimento econômico e social do país.
No estande localizado na zona verde, a CNI promoverá, até 22 de novembro, painéis, debates e lançamentos de estudos para mostrar os avanços já alcançados pela indústria no Brasil na agenda do clima e propor soluções para que o país consiga reduzir as emissões de gases de efeito estufa e acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.
Desde a 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que ocorreu em Glasgow, na Escócia, a CNI participa das negociações e apresenta cases de sucesso do setor na transição para uma economia de baixo carbono. Ao longo dos anos, a CNI vem estreitando os laços do setor privado com os temas das discussões das COP e promovendo uma extensa programação de atividades em torno da agenda verde brasileira.
Da Agência de Notícias da Indústria
Texto: Letícia Carvalho, de Baku
Fotos: Iano Andrade, de Baku