Projetos do SENAI do Rio Grande do Norte para a indústria de energia eólica foram destaques, nesta terça-feira (22), no primeiro dia do Brazil Windpower.
O evento é o maior do hemisfério sul dedicado à energia eólica e o maior da América Latina com foco em energia elétrica. A programação prossegue até quinta-feira (24), em São Paulo.
Nesta terça, um dos destaques do SENAI no evento foram iniciativas que impulsionam a qualificação profissional e a participação de mulheres no mercado.
Os detalhes foram apresentados no painel “Capacitação e Desenvolvimento de Mão de Obra para o Setor Eólico Brasileiro”.
Uma exposição no espaço “ESG Showcases” da feira também mostra exemplos do trabalho.
As atividades de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) voltadas à energia eólica e à transição energética no Brasil, por sua vez, estão em exibição no estande da instituição e serão detalhadas em painéis hoje e amanhã.
Sustentabilidade
O estande do SENAI foi concebido com móveis recicláveis e reutilizáveis. A composição rendeu à instituição, nesta terça, o reconhecimento de “estande nível prata”, do programa “Better Stands”, da Informa Markets – uma das promotoras do evento.
O selo considera o grau de sustentabilidade do espaço, em uma escala de classificação que pode variar entre os níveis bronze, prata e ouro, de acordo com uma série de critérios estabelecidos para a avaliação.
Projeto, montagem e desmontagem são analisados. O objetivo é estimular a redução de resíduos gerados no evento e o consequente impacto ambiental.
Esta é a segunda edição do SENAI como expositor e a primeira em que participa da iniciativa.
“O SENAI tem se destacado com projetos na área de sustentabilidade, na preocupação com o meio ambiente e com as pessoas envolvidas. Procuramos trazer esse raciocínio para a nossa participação na feira e o resultado está sendo muito positivo, com essa classificação e com um grande interesse dos visitantes”, diz o diretor do SENAI-RN, do ISI-ER e da FAETI — Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI-RN, Rodrigo Mello.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Rio Grande do Norte (SindRecicla-RN) e diretor 2º secretário da Federação das Indústrias do Estado (FIERN), Etelvino Patrício, participa do evento e também destacou a inovação.
“O estande ficou totalmente diferenciado na feira. É um espaço com características primárias de sustentabilidade e isso é importante em qualquer processo, em qualquer projeto”, disse ele, acrescentando que o Sistema FIERN, que engloba o SENAI, o SESI e do IEL no estado, tem contribuído para que o Rio Grande do Norte se destaque cada vez mais na atividade, com o desenvolvimento de tecnologia, de conhecimento e capacitação”.
“O trabalho que está sendo realizado é de suma importância para o setor das energias renováveis e nós entendemos que temos muito para crescer na área. Precisamos, com isso, cada vez mais aportar tecnologias e capacitação de pessoas para estarmos à frente e ofertando diferenciais aos empreendedores e indústrias que queiram se instalar no estado”, acrescentou.
A Maersk Training, uma das maiores empresas em treinamentos para a atividade eólica no mundo, faz participação conjunta com o SENAI no estande.
O espaço de 42 metros quadrados, localizado na entrada do evento, traz projetos como a BRAVO – Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore – tecnologia criada de forma inédita para as condições de mar do Brasil pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (CENPES) em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados.
Imagens da boia estão exibidas no espaço em TVs e, ainda, por meio de uma imersão com óculos de realidade aumentada, que levam os visitantes à região de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, onde o equipamento realiza medições, no mar.
Cenários e oportunidades
Neste ano, a temática geral do Brazil Windpower é “Cenários para política de industrialização verde — O papel da indústria eólica”.
O primeiro dia teve como foco discussões sobre “Política industrial, Gestão pública e Transição energética justa”.
Dentro desse contexto, a diretora do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (SENAI CTGAS-ER), Amora Vieira, participou do painel “Capacitação e Desenvolvimento de Mão de Obra para o Setor Eólico Brasileiro”.
A diretora apresentou uma série de projetos desenvolvidos com empresas e reconhecimentos que o SENAI-RN como frutos dessa atuação, incluindo, entre eles, o Selo ODS Educação – um reconhecimento nacional público pela formação das primeiras mulheres especialistas do Rio Grande do Norte em operação e manutenção de parques eólicos.
“As pessoas estão ávidas por oportunidades e oportunidades de qualidade”, disse Amora. “E o SENAI, ao olhar para elas, não está vendo ‘um número’. Não está vendo só mais uma matrícula. O que a gente está entregando é um pouco mais de cidadania”, acrescentou.
Identificar o perfil socioeconômico dos municípios, as necessidades das comunidades e a infraestrutura disponível para a formação profissional estão entre os trabalhos que a instituição faz na prática.
“É um desafio importante levar para campo as soluções de educação”, frisou a diretora.
O painel, realizada no palco O&M, também teve como convidados Maira Zanduzzo, da EDPR, Rodrigo Porto, da AES Brasil, e Bruno Morais Rodrigues, da Elera. O moderador foi Marco Antônio Juliatto, do Ministério de Minas e Energia (MME). Ele citou programas de formação de níveis técnico e superior como chaves para fortalecer a confiança dos investidores e maximizar o potencial energético do Brasil.
Espaço ESG
Projetos de educação desenvolvidos pelo SENAI do Rio Grande do Norte também estão em exibição no espaço ESG do Brazil Windpower.
A 1ª Escola de Auxiliar Técnico de Manutenção Eólica do Brasil exclusiva para povos indígenas, desenvolvida em parceria com a CPFL Renováveis, e a formação de profissionais de eletromecânica realizada desde o dia 7 de outubro com a Vestas, no município de Lagoa Nova, distante 198 Km da capital, Natal, participam da exposição.
O projeto voltado aos povos indígenas envolveu três comunidades no município potiguar de João Câmara, um dos principais polos de energia eólica do Rio Grande do Norte, gerando novas perspectivas de emprego na área. A ação no município de Lagoa Nova, por sua vez, teve como inovação a contratação de parte das pessoas participantes como aprendizes da Vestas.
“A gente conseguiu encontrar uma singularidade importante para cada projeto. Cumprimos o propósito de tratar cada iniciativa como única, de olhar para a comunidade e a demanda que recebemos percebendo a real necessidade envolvida”, diz a diretora do CTGAS-ER.
“Trazer isso para um evento desse porte é uma oportunidade de divulgar e falar para as pessoas que é possível desenvolver projetos dessa natureza em áreas remotas, no interior do estado, no entorno dos empreendimentos de renováveis, conectando pessoas e achando o público-alvo para o curso desejado pela indústria de energia de forma a potencializar a carreira daquelas pessoas”, acrescenta.
Programação
Nesta quarta (23), o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, entra em cena na programação do evento a partir das 15h10 no painel “Medições Anemométricas Onshore e Offshore: Regras Novas e Próximos Passos”. Ele dividirá o palco com Marcos dos Santos Miranda, da INOVA, Lucas Costa, da DNV, Rafael Pinho Furtado, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Peter Tattersfield, da Fugro, e Fabiano Lima, da Camargo Schubert. A moderação ficará com Flávio Rosa, diretor geral Brasil da Barlovento.
Às 17H40 Rodrigo Mello, diretor do SENAI-RN e do ISI, estará no painel “Economia azul — Novos horizontes para negócios sustentáveis através do offshore”. Participam, com ele, Sergio Coelho, da Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Senemar), do Rio de Janeiro; Marinez Eymael Garcia Scherer, coordenadora-geral do Gerenciamento Costeiro do Ministério do Meio Ambiente; Sylvain Jouhanneau, diretor de Negócios Emergentes da EDF Renewables; e Daniel Faro, da Petrobras. A moderadora será Rosana Santos, diretora executiva do Instituto E+ Transição Energética.
Já na quinta-feira, Mello estará no painel “Estudos de caso – offshore”, também às 17h40. Participam, com ele, Adriano Gouveia, gerente de Desenvolvimento de Eólica Offshore na Neoenergia, Dimitri Laloux, diretor da Origination & Partnership, Alaor Neto, da Energy | NVIDIA Brazil e, como moderadora, Roberta Cox, diretora de Políticas Brasil do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC).
O Brazil Windpower é uma realização da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias), com o GWEC (Global Wind Energy Council) e o Grupo CanalEnergia / Informa Markets.