Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN
Direto ao ponto: devemos festejar o Plano Real e seus 30 anos de inflação sob controle e consequente estabilidade econômica. Parabéns aos que apoiaram a iniciativa em 1994! Lembremo-nos, dentre outros, de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Pérsio Árida, Pedro Malan, Gustavo Franco, Lara Rezende, Edmar Bacha, Rubens Ricupero, Ciro Gomes, além das lideranças parlamentares que subscreveram, no Congresso Nacional, o arcabouço necessário de medidas para que, depois de vários insucessos, um plano econômico fosse vitorioso.
Aliás, como consequência direta da boa aceitação do Plano Real, o ex-ministro Fernando Henrique Cardoso (FHC) se elegeu Presidente da República, no primeiro turno da eleição, em 1994. Assumiu, consolidou o Plano, adotou medidas complementares, manteve a inflação sob controle, aprovou a possibilidade de reeleição e foi o primeiro Presidente reeleito (democraticamente) em 1998.
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Um dos eixos do Plano Real, ainda muito necessário para a continuidade da desejada estabilidade, é o equilíbrio das contas públicas. Tanto é que, neste período, surgiu a Lei de Responsabilidade Fiscal, uma das mais importantes do acervo de normas brasileiras. Ademais, a importância das privatizações, proporcionando ao Estado atuar menos naquilo que não fosse essencial, consequentemente, permitindo à iniciativa privada trabalhar com melhor performance em empresas estatais que, até então, eram deficitárias ou não prestavam bons serviços à população.
O Plano Real veio para ficar. Ainda bem! A inflação descontrolada é algo muito grave. Muitos (de hoje) que estão em cargos de gerência ou planejamento no serviço público e na iniciativa privada não viveram os dias sombrios dos planos econômicos que pouco ou nada resolveram em relação a inflação, a insegurança jurídica e ao completo desânimo diante de sucessivos insucessos para melhorarmos a economia nacional. Façamos tudo para que a inflação continue contida.
Daí, em síntese, a necessidade de que os princípios do Plano Real sejam sempre lembrados e revigorados. A estabilidade econômica depende de alguns diferentes fatores, mas há um núcleo essencial onde estão os primados do equilíbrio das contas públicas, a livre iniciativa, o controle da inflação, as privatizações, a desburocratização, o apoio em geral ao empreendedorismo.
Não esqueçamos de que parte de nossa agenda de 2024 começou, com sucesso, em 1994 e assim deve continuar a bem da qualidade de vida da grande maioria dos brasileiros e na construção – a partir de um sólido alicerce – de um futuro sempre mais cheio de esperanças, desenvolvimento e sustentabilidade.