Ao participar do 2º Fórum Nacional da Economia do Mar, na sede da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), em Salvador, o empresário Gabriel Calzavara, um dos vice-presidentes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), defendeu que é preciso fortalecer a indústria naval, incrementar a competitividade brasileira para promover um desenvolvimento econômico sustentável e promover a integração dos países no Atlântico Sul.
“Precisamos ter uma cultura oceânica para garantirmos um ecossistema de prosperidade”, destacou. “O Nordeste não pode perder esse momento. É necessário um olhar para essa realidade como nordestino e concentrar nossas ações para buscar integração com países africanos, por exemplo”, acrescentou Gabriel Calzavara, que também é presidente do Conselho de Administração do Cluster Tecnológico Naval do Rio Grande do Norte e do Sindicato da Indústria de Pesca do Rio Grande do Norte (SINDIPESCA-RN).
Durante o Fórum, ele fez uma apresentação sobre o Cluster Tecnológico Naval potiguar. A Bahia deverá ser o próximo estado brasileiro a ter um Cluster Naval. O anúncio foi feito pelo presidente da Companhia das Docas do Estado baiano, Antônio Gobbo, durante o evento, na quinta-feira (21).
“Devemos criar um ambiente de cluster como um ecossistema de prosperidade, que vai ser gerado com essa mobilização”, disse Gabriel Calzavara. Ele observou também que é importante ter uma atuação estratégica para o Nordeste aproveitar as oportunidades que estão relacionadas com os diversos setores que atuam na economia do mar.
O cluster é uma iniciativa que reúne empresas, instituições de pesquisa e órgãos governamentais com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico no setor marítimo, gerando oportunidades de negócios e desenvolvimento econômico para o setor.
O presidente do Conselho de Administração Cluster do RN ressaltou que o objetivo é trabalhar na perspectiva de melhorar o ambiente de negócios para empreendimentos e investimentos. “Também a integração, união e articulação dos países costeiros do Atlântico Sul. Isso é algo que precisamos almejar”, acrescentou.
Calzavara citou que há diversas instituições que podem contribuir para fortalecer as relações com países africanos, algo que considera fundamental neste esforço para desenvolvimento de setores da economia do mar. E salientou o impulsionamento das energias renováveis do Atlântico Sul.
Entre os objetivos do Cluster, enumerou também o fortalecimento das políticas de meio ambiente, a atuação para melhorias de soluções de segurança alimentar e a integração da economia do mar do Atlântico Sul. “É fundamental trabalhar a cultura desta integração econômica”, afirmou.
É preciso estar atento, avalia ele, para o novo momento econômico e geopolítico, que exigirá mudanças estratégicas, aproveitar os avanços tecnológicos e integração com esses potenciais parceiros. “Países em desenvolvimento estão regionalizando e devemos ficar atentos, nos prepararmos, para não continuarmos a ser um país com diferença absurda de renda”, observou.
Além disso, sugeriu a formação de uma entidade regional do Atlântico Sul, constituída por países deste bloco para tratar de temas relacionados com segurança, negócios e institucionalização.
Texto: Aldemar Freire
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