O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P&D) para energia eólica, solar e sustentabilidade, encerrou nesta quarta-feira (12) o seminário “Desafios da Margem Equatorial”, que reuniu pesquisadores do Instituto e parceiros que atuam “no mar” para uma série de discussões técnicas. 

 

“O objetivo foi a troca de informações e de experiências entre as instituições, além da discussão sobre caminhos possíveis para realizarmos trabalhos nessa frente por meio de cooperação”, disse o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) do ISI-ER, Antonio Medeiros. 

 

“Essa agenda”, ressaltou ele, “também traz subsídios para os pesquisadores do Instituto pensarem novos projetos e processos para os desafios industriais e esse, da Margem Equatorial, é um dos que necessitam de muito empenho”.

 

Offshore

O evento foi realizado na sede do ISI-ER, em Natal-RN, com três dias de discussões sobre os desafios da medição de variáveis meteorológicas, oceanográficas e de vento na região da Margem Equatorial brasileira, onde estão concentrados parte dos estudos do Instituto relacionados à energia eólica offshore. 

 

A programação contou com a participação do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), da  OceanPact e da Nortek, fabricante de equipamentos para medição de ondas e correntes.

 

“A gente vem atuando em pesquisas no mar desde 2012 e esse trabalho vem se intensificando nos últimos anos”, disse Medeiros, listando, entre os projetos recentes na área o desenvolvimento e lançamento da BRAVO – Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore – tecnologia desenvolvida de forma inédita no Brasil para prospecções ligadas à energia eólica offshore, da Petrobras; além do mais abrangente mapeamento eólico offshore em curso no país, em convênio com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), na Margem Equatorial Brasileira.

 

 

“O Brasil conhece muito mais do espaço do que do oceano e dentro da campanha nacional que existe para identificar oportunidades para a Amazônia Azul, o nosso Instituto tem entre os seus desafios para os próximos anos desenvolver tecnologias para o oceano, principalmente focando em eólica offshore, mas também em tecnologias associadas para subsidiar outras oportunidades de produção industrial no Brasil”, frisa o pesquisador. 

 

A lista de oportunidades que cita inclui a possível produção de petróleo. “Isso porque, para uma transição energética justa, são necessárias tecnologias para mitigação das emissões de gases dessa indústria e a associação da produção com tecnologias como a eólica também faz total sentido”, observa ainda.

 

Trabalhos desenvolvidos pelo ISI-ER são pioneiros no levantamento de dados primários e na criação de uma infraestrutura de medições em campo que vão subsidiar o melhoramento de diversos modelos meteorológicos utilizados no mercado para auxiliar a tomada de decisões da indústria. A contribuição também se dá, segundo Medeiros, em termos de redução de incertezas de dados observacionais.

 

SOBRE O ISI-ER

 

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) é a principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade, incluindo novas tecnologias como o hidrogênio verde.

 

Faz parte da maior rede privada de institutos de pesquisa, desenvolvimento e inovação criada no Brasil para atender as demandas da indústria, composta por 26 Institutos SENAI de Inovação.

 

A Rede tem como foco a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Desde que foi criada, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em projetos de PD&I.

 

O ISI-ER está em operação no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal, no Rio Grande do Norte, desde 2018. A instituição herdou integralmente atividades de pesquisa aplicada realizadas pelo SENAI-RN, que desde 2002 atua nesse campo e na prestação de serviços para os setores de gás e energia, com diversas empresas privadas e estatais de grande porte, do Brasil e do mundo, e com entidades governamentais.

 

Na sua trajetória, o Instituto tem construído caminhos que contribuem para o progresso tecnológico do país e a sustentabilidade, com o avanço das energias renováveis e de inovações necessárias para a transição energética.

 

Pesquisadores/as do ISI foram pioneiros/as em estudos, com medições, sobre o offshore brasileiro, desenvolveram projetos como o novo Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte e estão à frente de iniciativas como o mais abrangente mapeamento em desenvolvimento no Brasil para identificar o potencial de geração de energia eólica com turbinas implantadas no mar, em convênio com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e de trabalhos como o desenvolvimento de SAF (combustível sustentável de aviação), em parceria com a Alemanha.

 

Texto e fotos: Renata Moura