Oportunidades que despontam no horizonte para a Margem Equatorial e o Brasil, com a energia eólica offshore, foram apresentadas pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), no Seminário Oceano e Mudanças Climáticas, no Rio de Janeiro.
O assunto foi abordado pelo ex-presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) e, atualmente, colaborador do ISI, Carlos Moura.
“Nós teremos uma relação cada vez mais forte com o mar. E para sermos eficientes e podermos desenvolver a cadeia produtiva, precisamos de dados, de conhecimento científico, de inovações tecnológicas”, disse ele.
“Os desafios da transição energética e das mudanças climáticas”, analisou ainda, “demandam visão abrangente e relações sinérgicas com academia, indústria, governos e comunidade internacional”.
A apresentação integrou a programação no painel “Transição Energética”, que também teve participação de Roberto Schaeffer, do Centro de Economia Energética e Ambiental (CENERGIA), da COPPE/UFRJ, de Osvaldo Saavedra, do Instituto Nacional de Energias Oceânicas e Fluviais (INEOF/UFMA) e de Flávio de Andrade, CEO da OceanPact. A moderação ficou por conta de Segen Estefen, diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO).
Pesquisa
Moura fez um apanhado, durante o evento, das principais áreas de atuação e linhas de pesquisa do ISI-ER. O Instituto é a principal referência do SENAI no Brasil em pesquisa aplicada, desenvolvimento e inovação em energia eólica, solar e sustentabilidade, incluindo combustíveis avançados e hidrogênio.
Entre os projetos de energia eólica do Instituto que destacou, estão campanhas de medição e trabalhos de avaliação de recurso pioneiros no Brasil; a criação e o lançamento da BRAVO – Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore – tecnologia desenvolvida de forma inédita no Brasil para prospecções ligadas à energia eólica offshore, da Petrobras; além do mais abrangente mapeamento eólico offshore em curso no país. O projeto, em convênio com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), está em andamento ao longo de toda a Margem Equatorial Brasileira.
O projeto da primeira planta-piloto de energia eólica offshore cadastrada no Brasil – um sítio de testes, em condições reais de operação, para futuros aerogeradores do setor também foi destacado no painel. A planta está em processo de licenciamento ambiental no Ibama, com instalação prevista no Rio Grande do Norte.
SAIBA MAIS – SEMINÁRIO
Realizado nos dias 21 e 22 de maio, o Seminário Oceano e Mudanças Climáticas foi o primeiro evento do INPO – instituição criada em 2023 para atuar em prol do conhecimento científico e tecnológico nacional em oceanos, com ênfase no Atlântico, e sua consequente contribuição ao desenvolvimento sustentável do país.
O evento reuniu cientistas, especialistas, representantes de empresas e de outras instituições, para discutir e propor ações técnico-científicas capazes de nortear caminhos para o Brasil, pelo viés das Ciências Oceânicas.
Além de Transição Energética, foram discutidas questões relacionadas aos temas Oceano e Clima, Observação Oceânica, Biodiversidade, Ecossistemas e Clima, Pesca e Aquicultura, Planejamento Espacial Marinho e Inovação em instrumentação oceanográfica.
Texto: Renata Moura
Foto: Divulgação