O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que os prejuízos causados ao país pelo contrabando, pirataria, roubos e ilegalidades como a sonegação de impostos causam desequilíbrio fiscal e abrem caminho para a expansão do crime organizado. Alban participou nesta quinta-feira (18) da mesa de abertura do Seminário Combate ao Brasil Ilegal, realizado pela CNI em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) e a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), na sede da confederação, em Brasília.
“Essas ilegalidades prejudicam a sociedade como um todo e permitem a entrada do crime organizado. Em um país com tantos hiatos sociais, se torna cada dia mais necessário, urgente e importante combater essas práticas. Não teremos melhora social sem o crescimento da economia”, pontuou Ricardo Alban.
O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, observou que o crime organizado tem avançado numa velocidade enorme no Brasil. Para ele, o setor produtivo precisa se unir ao Estado para reverter esse cenário. “O crime organizado mata, empurrando gente para miséria, desviando recursos de hospitais e mata até a esperança e a República”, destacou.
Durante o evento, CNI, Firjan e Fiesp apresentaram um levantamento segundo o qual o contrabando, pirataria, roubo, concorrência desleal por fraude fiscal, sonegação de impostos e furto de serviços públicos provocaram um prejuízo econômico de R$ 453,5 bilhões ao país em 2022.
De acordo com o diretor do Departamento de Defesa e Segurança da Fiesp e presidente do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança Pública da Firjan, Carlos Erane de Aguiar, esses prejuízos equivalem a todo o Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Santa Catarina. “Para exemplificar, a energia elétrica furtada no país seria suficiente para atender as residências da Região Metropolitana de São Paulo durante mais de 1 ano”, detalhou Erane.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse estar impactado com os números elevados de prejuízo que foram apresentados pela CNI, Firjan e Fiesp. Para ele, a insegurança jurídica que muito preocupa o setor produtivo vem sendo superada, a partir de leis e marcos legais, mas a segurança pública continua a prejudicar a sociedade.
Agência de Notícias da Indústria