O SENAI do Rio Grande do Norte e a Innovation Norway – agência de fomento comercial e à inovação do governo norueguês – discutiram, em Natal, possibilidades inéditas de cooperação nas áreas de educação e pesquisa.
“Nós queremos o máximo possível de parcerias, de convênios, intercâmbios, projetos e publicações conjuntas, de qualidade, e vemos que o Rio Grande do Norte, o Senai e a Universidade Federal são atores de grande relevância nesse contexto. Então, gostaria muito de ver parcerias com atores noruegueses aqui”, disse o conselheiro norueguês para Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Torkjell Leira, também representante do Ministério de Educação e Pesquisa da Noruega.
A reunião foi realizada segunda-feira (08) no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal, complexo que sedia o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) – principais referências do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação (PD&I) e educação profissional para o setor de energia – além da primeira Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do país, a FAETI, do SENAI.
Inovação
O encontro foi o primeiro para discussões envolvendo a educação. Em novembro de 2023, outras possibilidades de cooperação entre as partes começaram a ser aventadas no Workshop de Inovação em Renováveis – RN e Noruega, realizado no HIT.
O evento foi organizado pela Innovation Norway com apoio do governo do Rio Grande do Norte, da Federação das Indústrias do estado (FIERN) e do SENAI – com programação financiada pela Embaixada da Noruega.
Projetos
Na reunião desta segunda-feira, Amora Vieira, diretora do CTGAS-ER, apresentou as principais frentes de atuação do SENAI-RN e observou que, “no HIT, as pessoas respiram educação, serviços, pesquisas e inovação para a indústria”.
A executiva chamou a atenção para projetos desenvolvidos nas áreas de energia eólica, solar e de hidrogênio. Salientou, também, parcerias com empresas e instituições nacionais e estrangeiras que têm contribuído para aumentar a competitividade do setor industrial, a sustentabilidade e a diversidade no mercado.
“Nós estamos formando indígenas com a CPFL Renováveis e formamos mulheres com a AES Brasil para atuação no setor eólico. Fechamos com a EDPR e a Vestas uma entrega de educação, o programa Keep it Local, para capacitação de pessoas em dois municípios próximos a empreendimentos do setor. O nosso portfólio de projetos é variado, com clientes diversos e necessidades diversas”, exemplificou a diretora.
O objetivo da reunião, segundo ela, foi ouvir as possibilidades apresentadas pela Noruega para saber o que há de sinergia com o que o SENAI realiza. “Estamos à disposição para cooperar e para trazer coisas novas para o Brasil”, disse Amora. Outras discussões sobre possíveis projetos são previstas.
Leira, conselheiro norueguês para Ciência, Tecnologia e Educação Superior, detalhou oportunidades atuais de financiamento da Noruega para pesquisas, com chamadas públicas para recebimento de propostas.
As áreas vão desde hidrogênio até ESG, sigla em inglês para environmental, social and governance, que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
Hoje, mais de 230 empresas da Noruega estão no Brasil. Elas empregam mais de 30 mil pessoas diretamente, mais de 130 mil indiretamente e estão em todo o território nacional. “Nós já sabemos que os nossos governos têm interesse em colaborar. Mas ainda está faltando ter (mais) o Rio Grande do Norte nesse mapa”, observou Leira durante a apresentação, mostrando, em um slide, a localização dos investimentos do país europeu no Brasil.
A reunião foi realizada na véspera da inauguração do projeto solar Mendubim, em Assú, município potiguar a 207Km de Natal – fruto de uma joint venture formada pelas empresas Scatec, Hydro Rein e Equinor, oriundas da Noruega.
O “Relatório de Investimentos: Criação de Valor Norueguês no Brasil 2021-2022”, lançado em 2023, aponta o empreendimento como um dos maiores projetos de energia solar no Brasil, com 531 Megawatts (MW) instalados. O investimento soma US$ 430 milhões e a estimativa é que a usina gere energia suficiente para abastecer 620 mil residências no país.
O encontro também contou com a participação do gerente de Projetos para Energias Renováveis, Tecnologia e Cidades Inteligentes da Innovation Norway, Bruno Leiniö, e da Gerente Acadêmica da FAETI e supervisora pedagógica do SENAI-RN, Patrícia Mello.
Texto e fotos: Renata Moura