Indústria da construção demonstra alta intenção de investir em 2024, aponta CNI

26/01/2024   14h19

Os empresários industriais da construção têm registrado metas e expectativas altas para 2024. A Sondagem Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou o maior índice de intenção de investimento desde abril de 2014. O indicador atingiu 47,7 pontos em janeiro de 2024, 3,8 pontos a mais em relação ao resultado de dezembro de 2023, e se posiciona 10,5 pontos acima da média histórica da série.

 

O otimismo da indústria da construção também aparece no índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas, que chegou a 55,2 pontos em janeiro de 2024, após avanço de 5,1 pontos frente ao resultado de dezembro de 2023. Já o indicador de expectativa do número de empregados na indústria da construção atingiu 55 pontos no mês e avançou 4,8 pontos na mesma base de comparação.

 

A Sondagem mostra ainda que houve avanço de 3,6 pontos no índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços, que então atingiu 54,6 pontos.

 


 

“Essa alta no indicador de investimentos está, diretamente, ligada às mudanças dos principais problemas de 2023. Antes, a falta ou alto custo da matéria, por exemplo, vinha prejudicando os planos de investimento dos industriais”, explicou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

 


 

A pesquisa é realizada mensalmente em parceria com 23 Federações de Indústria e com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

 

Empresários estão mais confiantes em janeiro de 2024

 

Índice de Confiança do Empresário da Indústria (ICEI) da construção atingiu 55,5 pontos em janeiro de 2024, após avançar 2,4 pontos em relação ao índice de dezembro de 2023.

 

O Índice de Condições Atuais, um dos componentes do ICEI, avançou de 47,8 pontos para 50 pontos de dezembro de 2023 para janeiro de 2024. Como o índice situa-se sobre a linha divisória de 50 pontos, indica uma transição de percepção de piora das condições atuais para uma percepção de estabilidade.

 

Enquanto isso, o Índice de Expectativa aumentou 2,5 pontos e atingiu 58,3 pontos no período.

 

O afastamento da linha divisória de 50 pontos representa uma expansão mais intensa e disseminada do otimismo entre os empresários industriais.

 

Entre os diferentes setores da indústria de construção os resultados são homogêneos: todos registraram avanço, além de se posicionarem acima da linha dos 50 pontos.

 

 

Taxa de juros elevadas ainda é apontada como maior problema para o setor

 

No quarto trimestre de 2023, o principal problema relatado pelos empresários da indústria da construção foi o de taxas de juros elevadas, com 27,1% de assinalações. O problema figura entre um dos principais enfrentados pelo setor há oito trimestres, e nos últimos seis trimestres ocupou a primeira posição do ranking.

 

Embora permaneça na primeira posição, o problema apresenta redução no percentual de assinalações pelo segundo trimestre consecutivo. Na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2023, a queda foi de 5,6 pontos percentuais.

 

A elevada carga tributária e a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foram, respectivamente, assinalados como segundo e terceiro no ranking de principais problemas nesse período.

 

Condições financeiras da indústria da construção

 

Os empresários industriais do setor demonstraram satisfação com a situação financeira, que registrou 50,3 pontos no quarto trimestre de 2023, 0,8 ponto acima do terceiro trimestre.

 

Além disso, os outros indicadores referentes ao assunto revelam menor insatisfação com o lucro, menor dificuldade de acesso ao crédito, e percepção de altas mais moderadas nos preços de insumos e matérias primas no último trimestre do ano.

 

Mais sobre a Sondagem Indústria da Construção

 

A Sondagem Indústria da Construção foi lançada em 2010, seguindo os moldes da Sondagem Industrial, e tem como objetivo conhecer a tendência da atividade e as expectativas dos empresários da indústria da construção.

 

Para esta edição, foram entrevistadas 326 empresas brasileiras, entre 4 e 16 de janeiro.

 

Agência de Notícias da Indústria