Os potenciais de carga do setor produtivo do Rio Grande do Norte para viabilizar a cabotagem no Porto de Natal foram apresentados para representantes da Aliança Navegação e Logística, empresa de cabotagem ligada à Maersk, multinacional norueguesa do ramo de logística. A apresentação aconteceu na Casa da Indústria, na tarde desta quarta-feira (6), com a participação do presidente da FIERN, Roberto Serquiz, e de empresários da indústria e do comércio potiguar.
De acordo com o presidente da FIERN, a intenção do encontro é nutrir a empresa com informações para a análise da viabilidade de operação no Porto de Natal. “Temos feito reuniões com empresas armadoras para viabilizar a operação no porto. É um esforço feito a partir da FIERN, com liderança dos presidentes Etelvino Patrício [do SindRecicla-RN] e Gabriel Calzavara [do SINDIPESCA-RN] para nutrir as empresas com informações para que façam suas análises”, afirma.
Serquiz ainda abriu as portas do Observatório da Indústria Mais RN para auxiliar a Aliança com dados e diagnósticos sobre a economia potiguar para aprimorar a análise da viabilidade. “Colocamos o Observatório da Indústria à disposição para passar informações e análises que sejam necessárias sobre a economia do estado. Isso é muito importante para que a tomada de decisão seja qualificada”, acrescenta.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do RN (SindRecicla-RN), Etelvino Patrício, comenta que a cooperação entre os segmentos produtivos do estado é necessária para a viabilização da cabotagem no porto. “Essa junção de forças vai fazer com que a gente avance na viabilização do Porto de Natal e no desenvolvimento do estado e dos empreendedores que estão aqui, dando a eles condições igualitárias de competitividade”, destaca. “Temos aqui volume de carga tanto da indústria quanto do comércio, mas precisamos desse trabalho junto às empresas de cabotagem para viabilizar a operação”, completa.
O representante da Aliança Navegação e Logística, Giselmo Félix, agradeceu o convite para conhecer o panorama da demanda por um armador no Porto de Natal. “Agradecemos o convite e a oportunidade de conhecer esse novo momento do Porto de Natal. É interessante porque também podemos agregar com informações e analisar como viabilizar essa operação e o desenvolvimento da região”, comenta.
Porto exporta 13% do volume do estado
Durante a reunião, o gerente técnico do Obsrvatório da Indústria MAIS RN, Pedro Albuquerque, apresentou dados sobre a Economia do Mar no Rio Grande do Norte e sobre o potencial de carga para o Porto de Natal. “O porto representa apenas 13% do volume de exportações de produtos com origem no RN. As causas para isso são várias, como o valor, a burocracia, o acesso ou a proximidade de outros portos para o destino”, explica.
“Em um cenário ideal, as cargas produzidas no estado sairiam por cabotagem e nosso interesse é chegar a essas condições ideais através justamente da articulação entre os atores estratégicos para o porto”, complementa Pedro.