A Missão internacional do SENAI do Rio Grande do Norte foi oficialmente encerrada nesta sexta-feira (09), na Europa, e – dentro da bagagem de volta ao Brasil – a instituição trará, segundo o diretor, Rodrigo Mello, “perspectivas de ampliação de parcerias com o objetivo de preparar o país para a nova fronteira do setor eólico, no offshore (no mar), para o desenvolvimento de ações na economia do mar e também com vistas à mobilidade urbana – área em que a eletromobilidade está inserida”.
A viagem teve como destino a Europa e início no dia 1º deste mês. No roteiro, incluiu passagens por gigantes globais nos segmentos de qualificação profissional, segurança no trabalho, logística e indústria, além de seminários e infraestrutura de transportes.
Os pontos de parada foram a Dinamarca e a Alemanha, com um balanço, na avaliação de Mello, “extremamente positivo”. Os países visitados, observa ele, estão entre os líderes globais em produção, consumo e qualificação profissional em energia eólica offshore – a energia gerada com parques eólicos no mar – e eletromobilidade.
Offshore
No que diz respeito ao offshore, a anfitriã do SENAI-RN na missão técnica foi a Maersk Training – gigante dinamarquesa do setor de logística e maior empresa de treinamentos profissionais para a indústria de energia eólica do mundo – parceira do SENAI-RN em projetos que estão em curso e em desenvolvimento no Rio Grande do Norte.
Rodrigo Mello e a assessora de Mercado e Projetos do SENAI, Amora Vieira, visitaram o Centro de Treinamento Maersk, na cidade de Esbjerg, onde foram recebidos pelo Managing Director da empresa, Thomas Hagelund Helsgaun, e pelo Key Account Manager, David Filipe Hansen Monteiro Paes. A programação incluiu visita ao porto da cidade, onde também são realizados treinamentos.
Na capital, Copenhagen, a equipe conheceu a sede da Maersk e se reuniu com o CEO da companhia, David Skov, a quem Mello apresentou as principais linhas de atuação do SENAI voltadas à energia e o enorme potencial de geração eólica no Brasil e no estado que lidera a atividade em terra – também apontado como um dos mais promissores para investimentos no offshore: o Rio Grande do Norte. “A Maersk é um gigante internacional com quem temos uma parceria forte, boa e produtiva, com destaque para ações na área de segurança no trabalho e formação de pessoas para a cadeia de energia eólica”, disse Mello.
“Essa viagem traz perspectivas de ampliação dessa parceria com vistas a preparar o país para a nova fronteira, que é o offshore, e para o desenvolvimento de ações na economia do mar”, acrescentou o diretor, afirmando ainda que “a experiência da viagem aprofunda a compreensão do que já está acontecendo na Europa e do que está por vir no Brasil a partir de um dos principais atores desse processo, no mundo”.
Saiba mais sobre a viagem à Dinamarca, em vídeo publicado no Instagram. Clique aqui para ver.
Mobilidade
Já na Alemanha, a programação foi centrada no “Seminário técnico sobre Mobilidade Urbana e Eletro Mobilidade na Baviera”, realizado nas cidades de Munique e Nuremberg.
O roteiro incluiu visita à fábrica da BMW, a um centro de pesquisa em mobilidade e a empresas, tour guiado sobre mobilidade urbana, troca de experiências com a academia – sobre programa de mestrado na área e interação com estudantes – além de participação em Workshop sobre o tema.
A viagem foi realizada a convite da Secretaria de Economia e Mídias, Energia e Tecnologia do Estado da Baviera. Outras instituições e empresas brasileiras relacionadas à indústria automotiva e a atividades ligadas à formação profissional, de tecnologia e cidades inteligentes também integraram o grupo.
“As reuniões foram muito boas. As discussões giraram em torno de uma diversidade de temas importantes não só sobre eletromobilidade, mas, especialmente, sobre mobilidade urbana, onde a eletromobilidade está inserida”, disse Rodrigo Mello.
“Nós vimos uma série de premissas para a boa mobilidade urbana e ficou posto que é muito importante o equilíbrio”, acrescentou ele. “É preciso entender os problemas daquela sociedade, daquela comunidade específica, e o uso equilibrado e harmonioso entre as diversas possibilidades de mobilidade, onde a busca é sempre por ter o melhor ambiente para as pessoas morarem, trabalharem e se locomoverem”, complementou ainda, frisando que o SENAI está trazendo para o Brasil “um bom lastro de argumento para a discussão da problemática local”.
A expectativa, de acordo com o diretor, é que a partir dessa Missão “sementes plantadas sejam capazes de gerar bons resultados para que deixemos de ser reativos, atuando nos problemas que existem hoje na mobilidade urbana, para quem sabe começarmos a discutir a possibilidade de evitá-los antes que aconteçam”.
Referência
O interesse do SENAI-RN em aprofundar discussões e soluções ligadas ao offshore e à mobilidade – e eletromobilidade – não é por acaso.
O Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, é a principal referência do SENAI no Brasil para educação e serviços com foco nas indústrias de energias renováveis e do gás, além de centro de excelência para soluções que estão em desenvolvimento – em parceria com a Alemanha – para educação profissional com foco em hidrogênio verde.
A instituição também anunciou, no final de agosto, o primeiro curso profissionalizante do Brasil para formação de mecânicos/as em conversão de automóveis elétricos. A expectativa é que as primeiras turmas sejam iniciadas em 2023.
Outra investida na área tem foco no ensino superior. O Ministério da Educação confirmou o credenciamento da FAETI – a Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI do Rio Grande do Norte. A instituição será instalada no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal, com perspectiva de início de operação no primeiro semestre do próximo ano.
O foco, segundo Mello, será formar profissionais voltados/as às necessidades práticas da indústria de energias renováveis, atividade em que o CTGAS-ER e o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) já são referências nacionais em educação profissional, Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação (PD&I) e oferta de serviços tecnológicos.
Os planos da instituição envolvem dois cursos de início: engenharia elétrica e mecânica. A expectativa, entretanto, é, ainda em 2023, dar largada também à pós-graduação. “As possibilidades em estudo envolvem energia eólica onshore e offshore, energia solar, segurança do trabalho e gestão de projetos complexos”, diz Rodrigo Mello.
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