O Congresso Nacional lançou a Frente Parlamentar Pelo Brasil Competitivo (FPBC) nesta quarta-feira (30). Presidido pelo deputado federal Alexis Fonteyne (Novo/SP) e composto por mais de 200 parlamentares, entre senadores e deputados, o grupo vai trabalhar para reduzir o Custo Brasil. Entre as prioridades, estão as reformas tributária e administrativa. Na pauta entram ainda temas como qualificação profissional, segurança jurídica e infraestrutura. O lançamento foi realizado na Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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A estratégia é unir forças para melhorar o ambiente de negócios e permitir que as empresas brasileiras compitam de igual para igual com as concorrentes internacionais. De acordo com estudo do Ministério da Economia em parceria com o Movimento Brasil Competitivo, o Custo Brasil chega a R$ 1,5 trilhão ou 22% do PIB do país. Este é o valor que as empresas do Brasil gastam a mais que os países da OCDE todos os anos por conta de problemas internos.
“Os recentes movimentos de abertura da economia por parte do governo federal, tornam a nossa agenda ainda mais urgente, e desta vez, inadiável. Precisamos evitar a fuga de empresas, de investimentos e impulsionar o desenvolvimento da competitividade, dando condições para que o setor produtivo nacional seja capaz de concorrer com seus competidores globais”, comentou o presidente da FPBC, Alexis Fonteyne.
“O Congresso Nacional tem papel fundamental no desenvolvimento da agenda de reformas estruturantes, e nesse contexto, deputados e senadores são atores centrais nessa discussão que atinge de forma brutal a economia brasileira. E, por este motivo, é de extrema importância que esse debate avance para a arena legislativa”, complementou.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou que o Brasil tem um dos maiores e mais diversificados parques fabris do planeta. Ele citou o estudo recente da CNI que mostra que a indústria de transformação é mais diversificada que a média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“No entanto, estamos retrocedendo. Não conseguimos competir com o resto do mundo e estamos concentrando a produção em setores tradicionais. E isso se deve ao elevado Custo Brasil. Nossa indústria, que já foi a oitava maior do mundo, ocupa hoje o décimo sexto lugar no ranking internacional”, afirmou.
“Com a queda acelerada da capacidade de enfrentar de igual para igual os competidores globais, a indústria de transformação brasileira encolheu 1,6% ao ano, em média, nos últimos 10 anos, e sua participação na economia caiu de 15% em 2010 para pouco mais de 11% em 2020”, completou o presidente da CNI. Para Robson, a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo vai acelerar o debate e as medidas necessárias para impulsionar no Poder Legislativo a produção e a geração de emprego.
“O desafio que temos como sociedade precisa da mobilização do Legislativo A conjugação de esforço é extremamente importante para conseguirmos avançar em questões que impedem que a empresa brasileira compita de igual para igual com o mercado internacional”, afirmou o presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo, Jorge Gerdau Johannpeter.
O vice-presidente da FPBC, senador Oriovisto Guimarães, também enfatizou a importância da união de forças para o país avançar na melhoria do ambiente de negócios. “Nenhum governo vai fazer mágica, o que precisamos é acreditar em nós mesmos, na nossa indústria, na nossa gente. A Frente Parlamentar Pelo Brasil Competitivo é uma grande ideia e espero que ela cresça e fique poderosa”, comentou.
O lançamento da frente parlamentar foi realizado na CNI nesta quarta-feira (30) e também contou com a participação do secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Alexandre Jorge da Costa.
“O que gera desenvolvimento são as nossas empresas quando o governo não atrapalha. É o momento de unirmos os empresários entorno de um Brasil que é mais fácil fazer negócios, de contratar, de desenvolver. Esta é uma frente de quem acredita na liberdade, de quem acredita no ser humano”, disse Carlos da Costa.
Ele enfatizou os avanços recentes que o país teve com a aprovação dos marcos do saneamento básico, do setor elétrico e das startups entre outros projetos aprovados nos últimos dois anos pelo Congresso Nacional.