Amaro Sales de Araújo, industrial, Presidente da FIERN e do COMPEM/CNI
Em 2005, o Rio Grande do Norte era o estado melhor posicionado, em condições gerais de vida, entre todos os estados do Norte e Nordeste do país, ocupando o 12º lugar entre os estados brasileiros. Era também o 3º mais seguro. Hoje, tornou-se o campeão nacional na violência e apresenta um dos menores índices de dinamismo econômico do Brasil (www.desafiosdosestados.com.br).
Esta perda de dinamismo foi diagnosticada desde 2014 pelo Plano “Mais RN”, que propôs um pacto político e social de todos para melhorar o estado. Infelizmente este Pacto não aconteceu e a trajetória de declínio se acentuou. E o pior ainda pode acontecer: se nada de novo for feito, até 2022 corremos o risco de cair para a 23ª posição entre os estados brasileiros, sendo ultrapassados por Rondônia, Paraíba, Roraima, Bahia, Tocantins, Piauí, Amazonas, Alagoas e Sergipe. À frente apenas do Acre, Amapá, Pará e Maranhão.
Essa trajetória preocupante não se deve à falta de potencialidades: além de ter um povo trabalhador e hospitaleiro, o Rio Grande do Norte tem potenciais muito valiosos, como energia, turismo, fruticultura, pesca/camarões, mineração, confecções, comércio, construção civil e serviços avançados. Além do bioma caatinga que as novas tecnologias produtivas estão viabilizando. Mas, essas potencialidades só serão plenamente aproveitadas, se superarmos a profunda crise fiscal e financeira do Governo do Estado e melhorarmos os serviços públicos e o ambiente para os negócios do setor privado.
É neste cenário que lideranças empresariais e especialistas, mobilizados pela FIERN, atualizaram o Mais RN e, com o apoio da Macroplan, montaram a Agenda Potiguar 2019-2022, uma proposta concreta, objetiva e realista para resgatar o Rio Grande do Norte nos próximos quatro anos, mantida a original visão de futuro do Projeto para 2035.
É uma agenda que vê os problemas e soluções de frente, mas com os pés no chão e para os próximos quatro anos, tem foco em quatro grandes desafios.
Primeiro, melhorar os serviços públicos e a infraestrutura com ênfase na continuidade e melhoria da segurança, saúde, educação, assistência e inclusão social, transportes e conectividade e recursos hídricos e saneamento.
Em paralelo, melhorar o ambiente de negócios e atrair mais investimentos. Sem isso, não teremos investimentos privados nem tampouco crescimento econômico que é quem gera empregos.
Para realizar os dois primeiros desafios, o terceiro que se impõe é fazer um forte ajuste fiscal e melhorar a qualidade do gasto público. Por último, mas não menos importante, será preciso por em prática uma governança cooperativa e solidária, sob a condução comprometida e exemplar do Governador eleito em 2018.
O Rio Grande do Norte tem jeito. A Agenda Potiguar mostra o caminho, com 44 metas ousadas e 180 ações prioritárias. Mas não há mais tempo a perder. É hora de união, coragem para tomar as medidas duras que são inadiáveis e assim fazer o Rio Grande do Norte voltar a ser um lugar seguro para crescer, dinâmico para prosperar e bom para viver.
Publicado na Tribuna do Norte (19.08.2019)