3 indicadores econômicos para ficar de olho em 2025

13/01/2025   11h48

Crescimento do país está condicionado a um ponto de equilíbrio que envolva juros mais baixos e valorização cambial, entre outros fatores

 

 

O Brasil fechou 2024 com boas previsões de crescimento de PIB, alta na atividade industrial e redução de desemprego. Mas as boas novas vieram acompanhadas de alta na taxa de juros e o câmbio nas alturas.

 

Ainda que menor do que o proposto pelo governo, o pacote fiscal aprovado pelo Congresso Nacional deve ajudar a equilibrar as contas públicas.

 

A Agência de Notícias da Indústria preparou uma lista com 3 indicadores que todo mundo precisa ficar de olho para que o país não perca o embalo do crescimento.

 

1 – Juros

A Selic fechou o ano em 12,25% e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) acredita que o Banco Central vai manter o ciclo de aperto monetário pelo menos até a metade do ano que vem, com redução a partir do segundo semestre. A projeção é que a taxa básica de juros feche 2025 em 12,75%, patamar ainda maior que o atual.

 

 

A manutenção de juros altos não só encarece o serviço da dívida — cada ponto percentual de acréscimo na Selic adiciona R$ 50 bilhões por ano aos gastos do governo — mas também arrefece os ânimos de quem pretende investir e criar empregos no país.

 

Se a Selic subir significativamente em 2025, o desembolso adicional, que poderia ultrapassar os R$ 150 bilhões anuais, anularia em grande medida os ganhos obtidos com as recentes iniciativas de ajuste aprovadas no Congresso.

 

2 – Dólar

 

Não é possível dissociar o cenário dos juros do comportamento do câmbio. Desde que atingiu o inédito patamar de R$ 6 no fim de novembro de 2024, a moeda americana tem se mantido forte e sem sinais de alívio. Para 2025, a CNI estima que o dólar fique em uma média de R$ 5,70.

 

A escalada pressiona fortemente os custos de produção no mercado interno, pois boa parte dos insumos – sobretudo na indústria de transformação – é importada.

 

Se, por um lado, a desvalorização cambial pode beneficiar alguns exportadores, por outro encarece maquinários e componentes essenciais, potencialmente elevando preços finais ao consumidor e limitando a capacidade de inovação de empresas que dependem de bens de capital estrangeiros.

 

3 – Dívida pública

A manutenção dos juros altos torna a dívida pública ainda mais onerosa. Em vez de travar o crescimento, a disciplina fiscal poderia vir acompanhada de medidas de incentivo à inovação, à infraestrutura, à educação e à tecnologia, garantindo uma elevação do PIB no médio e longo prazo – gradual, porém sustentada.

 

Na última divulgação do IBGE, referente ao terceiro trimestre de 2024, o instituto calculou que o PIB brasileiro cresceu 3,1% no acumulado do ano. Para 2025, a CNI projeta um crescimento de 3,5% no indicador.

 

Não se trata de retomar um modelo estatizante ou de abandonar o ajuste fiscal, mas sim de encontrar um ponto de equilíbrio em que a responsabilidade orçamentária coexista com a promoção do desenvolvimento. Portanto, o desafio imediato consiste em harmonizar políticas monetárias e fiscais de forma a não inviabilizar as conquistas alcançadas pela indústria até meados de 2024.

 

Agência de Notícias da Indústria